Geral
Jornal dos EUA aponta 5 obstáculos para a paz entre Rússia e Ucrânia
The Wall Street Journal destaca divergências territoriais, militares e diplomáticas que dificultam um acordo.
Rússia e Ucrânia mantêm divergências profundas em temas essenciais, dificultando o avanço nas negociações de paz. É o que aponta o jornal norte-americano The Wall Street Journal em análise recente.
Segundo a publicação, há cinco pontos centrais de impasse entre Moscou e Kiev, sendo o primeiro deles a disputa territorial. Enquanto a Rússia exige a retirada das tropas ucranianas do Donbass, Kiev se recusa a ceder territórios, mesmo sob pressão dos Estados Unidos, que buscam uma solução pacífica rápida.
Outro fator destacado é a intenção da Ucrânia de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Conforme o artigo, "as causas profundas do conflito não mudaram [...], nomeadamente a inclinação da Ucrânia para o Ocidente e o alargamento da OTAN".
Nesse contexto, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, afirmou que uma eventual desistência da candidatura à OTAN só poderia ser decidida pelo povo ucraniano, enquanto a Rússia insiste na manutenção do status neutro do país vizinho.
O terceiro entrave, segundo o jornal, é a recusa de Kiev em reduzir o efetivo de suas Forças Armadas ao patamar proposto pelos Estados Unidos no plano de paz. A proposta americana prevê um limite de 600 mil militares, mas Zelensky anunciou um efetivo de 880 mil, rejeitando a limitação por considerá-la uma violação da soberania nacional — posição diferente do memorando russo firmado em Istambul.
O quarto ponto de discórdia envolve o status da língua russa na Ucrânia. Moscou defende o retorno do idioma russo à mídia e ao sistema educacional ucraniano após o conflito, conforme sugerido no plano inicial dos EUA. Kiev, no entanto, mantém restrições à imprensa russa, alegando combate à desinformação e à propaganda.
Por fim, o quinto fator é o controle da usina nuclear de Zaporozhie. O governo ucraniano critica a proposta americana de gestão compartilhada do complexo entre Rússia e Ucrânia, citando questões de segurança, apesar da disposição do presidente Vladimir Putin em cooperar.
Na última quarta-feira (17), veículos ocidentais informaram, com base em fontes, que representantes da Rússia e dos Estados Unidos podem se reunir em Miami neste fim de semana para discutir uma possível solução pacífica para o conflito.
O governo americano já havia anunciado a elaboração de um plano para encerrar os confrontos na Ucrânia. Por sua vez, o Kremlin reafirmou que Moscou permanece aberta a negociações e segue participando das discussões na plataforma de Anchorage.
Por Sputnik Brasil
Mais lidas
-
1CRISE INTERNACIONAL
UE congela ativos russos e ameaça estabilidade financeira global, alerta analista
-
2ECONOMIA GLOBAL
Temor dos EUA: moeda do BRICS deverá ter diferencial frente ao dólar
-
3REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
4DIREITOS DOS APOSENTADOS
Avança proposta para evitar superendividamento de aposentados
-
5TENSÃO INTERNACIONAL
Confisco de ativos russos pode acelerar declínio da União Europeia, alerta jornalista britânico