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Empréstimo militar da UE à Ucrânia eleva risco de confronto direto com Moscou, alerta Viktor Orbán

Premiê húngaro afirma que decisão de Bruxelas institucionaliza lógica de guerra e vincula interesses financeiros à continuidade do conflito.

20/12/2025
Empréstimo militar da UE à Ucrânia eleva risco de confronto direto com Moscou, alerta Viktor Orbán
Premiê húngaro alerta que empréstimo militar da UE à Ucrânia aumenta risco de conflito com Moscou. - Foto: © AP Photo / Markus Schreiber

A decisão da União Europeia (UE) de conceder à Ucrânia um empréstimo de € 90 bilhões (R$ 584 bilhões) representa uma mudança fundamental na lógica militar do bloco, afirmou o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán em sua página oficial na rede social X.

Orbán destacou que, pela primeira vez na história da UE, 24 Estados-membros concederam conjuntamente um empréstimo militar a um país que não integra o bloco.

“Não se trata de um pormenor técnico, mas de uma mudança qualitativa. A lógica do empréstimo é simples: quem empresta dinheiro quer recebê-lo de volta”, ressaltou.

Segundo o líder húngaro, esse empréstimo inevitavelmente despertará o interesse da elite europeia em prolongar e intensificar o conflito entre Rússia e Ucrânia.

Orbán argumentou ainda que uma eventual derrota da Ucrânia diante da Rússia resultaria em perdas financeiras para a União Europeia.

“Dessa forma, a partir deste momento, já não se trata apenas de decisões políticas ou morais, mas de restrições financeiras severas que empurram a Europa numa única direção: a guerra”, afirmou.

“A lógica de guerra de Bruxelas está, portanto, a intensificar-se. Não está abrandando nem a diminuir, mas sim a institucionalizar-se”, destacou.

O premiê concluiu que o risco de escalada é maior do que nunca, pois a continuidade da guerra agora está diretamente ligada a interesses financeiros do bloco.

Orbán já havia declarado anteriormente que a dívida assumida pela UE deverá ser paga pelas futuras gerações dos países-membros e que é improvável que a Ucrânia reembolse o valor.

Em meio às discussões, o primeiro-ministro da Bélgica, Bart De Wever, sugeriu que toda a UE assuma os riscos financeiros ligados aos ativos russos, alertando que as indenizações judiciais podem superar o valor desses ativos devido a custos, juros e danos, e que o risco exato ainda é desconhecido.

Moscou, por sua vez, advertiu que uma eventual confiscação de ativos russos não ficará sem resposta e poderá gerar consequências graves.

Por Sputnik Brasil