Pelo terceiro mês consecutivo, a China deixou de importar soja dos Estados Unidos, refletindo o impacto das tarifas impostas pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump ao país asiático.

Entre setembro e novembro, os chineses recorreram majoritariamente aos fornecedores sul-americanos, diante do temor de escassez, caso a guerra comercial com Washington persistisse.

Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (19) pela Administração Geral de Alfândegas da China, em novembro de 2024, as importações chinesas de soja dos EUA, que somaram 2,79 milhões de toneladas métricas no mês anterior, caíram para zero.

Já os embarques da Argentina cresceram expressivos 633,6%, atingindo 1,78 milhão de toneladas, o que corresponde a 21,9% do total importado. De janeiro a novembro, a China importou 6,24 milhões de toneladas de soja argentina, alta de 62,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

As compras de soja do Brasil também registraram aumento significativo: 48,5% a mais que no ano anterior, totalizando 5,85 milhões de toneladas e representando 72% do total importado no mês. No acumulado de janeiro a novembro, o volume chegou a 76,7 milhões de toneladas, crescimento de 7% em relação a igual período de 2024.

Maior comprador mundial do grão, a China importou 8,11 milhões de toneladas métricas em novembro e 103,79 milhões de toneladas nos primeiros 11 meses do ano, colocando o país na rota de bater recorde anual, impulsionado pelas compras da América do Sul e por uma trégua comercial com os EUA.

No mesmo período, as importações de soja dos Estados Unidos caíram 5,9% em relação ao ano anterior, totalizando 16,82 milhões de toneladas entre janeiro e novembro.

A China retomou as compras do produto norte-americano após o anúncio de uma trégua comercial com Washington, no fim de outubro.

Por Sputnik Brasil