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Funcionários dos Correios entram em greve em 9 estados e impactam entregas de fim de ano
Paralisação atinge agências em várias regiões do país; TST determina manutenção mínima de 80% do efetivo.
Funcionários dos Correios em nove estados iniciaram greve durante as negociações do acordo coletivo da categoria, mediadas pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
A paralisação começou na quarta-feira, 17, afetando agências no Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, além de regiões de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
De acordo com a estatal, dos 36 sindicatos que representam os trabalhadores, 12 aderiram à greve. Ainda assim, os Correios informaram que, nesta sexta-feira, 19, cerca de 90% do efetivo permanecia em atividade. "As agências permanecem abertas para atendimento ao público, e as entregas estão sendo realizadas em todo o país", afirmou a empresa.
Para garantir a continuidade dos serviços essenciais, os Correios adotaram "medidas contingenciais". Nas redes sociais, consumidores relataram atrasos nas entregas devido à greve e expressaram preocupação com possíveis impactos nas encomendas de fim de ano.
Na quinta-feira, 18, o TST determinou, em decisão liminar, que pelo menos 80% dos funcionários devem permanecer em atividade nas unidades em greve. O descumprimento poderá resultar em multa diária de R$ 100 mil por sindicato.
Negociações e reivindicações
Entre as principais reivindicações dos trabalhadores estão reajuste salarial com reposição da inflação, adicional de 70% nas férias, 250% para trabalho em fins de semana e feriados, além da manutenção de direitos já adquiridos. As federações sindicais orientam a categoria a manter a paralisação.
Na decisão liminar, a ministra do TST Kátia Magalhães Arruda destacou que a greve "compromete a boa-fé negocial, especialmente porque houve compromisso expresso das entidades sindicais de não realizar paralisações enquanto as negociações estivessem em curso".
Durante audiência na terça-feira, 16, ficou acordado que a proposta construída na mediação, com validade de dois anos, deveria ser submetida às assembleias dos trabalhadores até 23 de dezembro, com previsão de assinatura do acordo em 26 de dezembro. Caso não seja aceita, o dissídio coletivo será instaurado, transferindo para a Justiça a definição das cláusulas.
Segundo os Correios, a proposta preserva benefícios históricos mesmo diante de um cenário econômico-financeiro desafiador. A estatal estima déficit de R$ 5,808 bilhões para este ano, o maior entre todas as empresas públicas federais.
“A proposta construída pelo TST, de forma dialogada com a empresa e as federações, representa uma oportunidade única de solução negociada, com validação governamental prévia e preservação de benefícios anteriormente conquistados”, informou a empresa.
Por outro lado, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) afirmou que não aceitará propostas que impliquem perda de direitos. A entidade orientou os sindicatos a ampliarem a mobilização e não descarta uma greve nacional caso a empresa "não apresente uma proposta digna".
“Infelizmente, diante da postura de intransigência da direção da ECT (Correios), que insiste em apresentar uma proposta com retirada de direitos, não foi possível avançar nas negociações. A Fentect reafirma seu posicionamento firme de não aceitar nenhuma proposta que implique perda de direitos dos trabalhadores”, declarou a federação.
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