A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado divulgou nesta quinta-feira, 18, o mais recente Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF), trazendo projeções para o desempenho econômico do Brasil nos próximos anos.

De acordo com o documento, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 2,3% em 2025 e 1,7% em 2026, enquanto a inflação projetada é de 4,3% e 3,9% para esses anos, respectivamente.

A IFI também estima uma taxa média de crescimento de 2,2% entre 2027 e 2035, com a inflação convergindo gradualmente para o centro da meta, de 3%, ao longo do período.

Os diretores da IFI, Marcus Pestana e Alexandre Andrade, defendem a necessidade de um ajuste fiscal estrutural e profundo. “Nada mais distante da realidade atual marcada por déficits primários efetivos recorrentes desde 2014, tendência confirmada em 2025, e pela redução dramática dos investimentos federais, comprimidos pelo crescimento exponencial, automático e permanente das despesas orçamentárias obrigatórias”, destacam na abertura do relatório.

Segundo a IFI, R$ 170 bilhões foram excluídos da meta fiscal em três anos. O órgão chama atenção para o rebaixamento das regras fiscais, somando às exceções a consolidação jurídica de que o governo pode perseguir a banda inferior da meta.

Os dados do RAF sobre os pressupostos macroeconômicos evidenciam, “inequivocamente, a insustentabilidade do atual regime fiscal e suas regras e a inevitabilidade de, mais cedo ou mais tarde, o País promover um ajuste fiscal de maior fôlego, garantindo as bases de uma trajetória de desenvolvimento sustentado combinado com equilíbrio fiscal”.