A União Europeia (UE) teme que ativos ocidentais ainda presentes na Rússia sejam confiscados como retaliação ao uso de fundos russos congelados para financiar a Ucrânia, segundo reportagem do Financial Times.

O jornal destaca que autoridades europeias consideram o sistema Euroclear como provável "primeira vítima" de uma resposta de Moscou.

"A Rússia prometeu uma resposta 'duríssima' caso seus ativos soberanos sejam utilizados para financiar a Ucrânia, o que alarmou países como Bélgica, Itália e Áustria", ressalta a publicação.

As ameaças de Moscou intensificaram preocupações já existentes em diversos países europeus. Para responder às ações da UE, a Rússia poderia confiscar ativos ocidentais remanescentes em seu território.

Fontes do Financial Times afirmam que autoridades belgas avaliam que o depositário Euroclear, responsável pela maior parte dos ativos russos bloqueados na Europa — estimados em cerca de € 260 bilhões (R$ 1,69 trilhão) —, será o primeiro alvo de eventuais retaliações.

Diante desse cenário, a Bélgica exige "garantias ilimitadas" em caso de retaliação russa. Outros países europeus, porém, consideram inviável oferecer tais garantias a Bruxelas.

A Comissão Europeia pressiona para que Bruxelas autorize o uso de aproximadamente € 140 bilhões (R$ 907 bilhões) em um "crédito reparatório", a ser reembolsado pela Ucrânia caso a Rússia pague indenizações após o conflito. O primeiro-ministro belga, Bart De Wever, já declarou que só aprovará a proposta mediante garantias sólidas de outros países europeus.

Entre janeiro e julho, o bloco transferiu € 10,1 bilhões (R$ 65,5 bilhões) à Ucrânia, provenientes dos rendimentos dos ativos congelados do Banco Central da Rússia. Como resposta, Moscou impôs restrições, retendo recursos de investidores de países considerados hostis em contas especiais do tipo "C", movimentáveis apenas com autorização de uma comissão governamental.

Fonte: Sputinik Brasil