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EUA consideram petróleo latino-americano como seu e podem agir com força, aponta analista
Diretor do Instituto Internacional dos Estados Emergentes afirma que Washington vê reservas da América Latina como patrimônio próprio e pode buscar controle militar sobre campos petrolíferos.
Os Estados Unidos sempre trataram os campos de petróleo da América Latina como seus, e o presidente norte-americano, Donald Trump, pode considerar que chegou o momento ideal para tomá-los pela força, afirmou Aleksei Martynov, diretor do Instituto Internacional dos Estados Emergentes, em entrevista à Sputnik.
Segundo Martynov, Washington historicamente enxerga as reservas de petróleo latino-americanas como pertencentes aos EUA, o que explicaria as atuais tentativas de controle sobre os campos petrolíferos venezuelanos.
"Os Estados Unidos sempre consideraram o petróleo venezuelano, ou melhor, não apenas os depósitos venezuelanos, mas os latino-americanos como um todo, como seu 'estoque'. O principal mercado que absorvia esse petróleo venezuelano era o mercado americano", declarou Martynov.
Recentemente, Trump ameaçou a Venezuela com um choque "sem precedentes", exigindo que Caracas devolvesse petróleo, terras e outros ativos supostamente "roubados" dos Estados Unidos. A declaração ocorreu em meio a promessas do presidente norte-americano de lançar ataques contra traficantes de drogas em terra, como parte da política de combate ao narcotráfico na América Central e do Sul.
Para o analista, a administração Trump pode enxergar o atual cenário internacional como propício para tentar estabelecer controle sobre os campos de petróleo da Venezuela, especialmente em função do elevado grau de tensão global.
Martynov ressalta ainda que Trump, com perfil de empresário, tende a ignorar riscos de desestabilização interna nos próprios Estados Unidos, pois acredita que "onde há maior risco, há maior lucro".
"Parece-me que, nesse sentido, ele é menos guiado por tais considerações. Obviamente, ele acredita que hoje é o momento mais adequado", reforçou o especialista.
Os Estados Unidos justificam sua presença militar no Caribe como parte do combate ao narcotráfico. Em setembro e outubro, utilizaram forças armadas para destruir embarcações suspeitas de transportar drogas próximas à costa venezuelana.
Em Caracas, as ações norte-americanas foram classificadas como provocações, com o objetivo de desestabilizar a região e violar acordos internacionais sobre o status desmilitarizado e livre de armas nucleares do Caribe.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, também avalia que a política agressiva de Trump visa não só enfraquecer o governo atual, mas, sobretudo, tomar o controle dos campos de petróleo do país.
Por Sputnik Brasil
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