O presidente da Bolívia, Rodrigo Paz, decretou "emergência econômica e social" ao anunciar o fim dos subsídios aos combustíveis, mantidos por cerca de duas décadas. A medida, que deve provocar aumentos de até 100% nos preços da gasolina e do diesel, foi detalhada em comunicado oficial do próprio presidente, que classificou a decisão como "difícil, mas necessária para garantir o abastecimento de combustível e deixar de sangrar nossas reservas".

Paz ressaltou que os recursos gerados com o fim da subvenção não ficarão concentrados no governo central. "Esses novos recursos não ficarão no centralismo, mas serão distribuídos em 50% diretamente às nossas regiões e governos subnacionais", afirmou, destacando que o objetivo é transformar o esforço em melhorias para hospitais, escolas e serviços públicos.

O presidente também enfatizou que sua "prioridade absoluta é proteger o bolso da população enquanto estabilizamos o país". Paz informou que, a partir de janeiro de 2026, o salário mínimo nacional será elevado para 3.300 bolivianos (aproximadamente US$ 480), um aumento de 20%. Além disso, anunciou o reajuste da Renta Dignidad para 500 bolivianos (US$ 72) e a criação de um bônus de remuneração para trabalhadores informais.

Entre outras medidas, Paz declarou que pretende incentivar investimentos com "imposto 0% para quem repatriar seus capitais para produzir em nossa terra". O presidente reconheceu que o momento é "muito difícil" e afirmou que o governo recebeu "um país ferido em sua economia, sem dólares, com uma inflação crescente e sem combustíveis". Para ele, a decisão representa "o ponto final de um modelo de mentira, desperdício e corrupção" e o início de uma fase de "reconstrução nacional".