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Caracas adota escolta militar para petroleiros após ameaça de Trump, afirma mídia
Venezuela intensifica proteção a navios de petróleo após ameaças dos EUA de bloqueio total a embarcações sancionadas.
A Venezuela passou a utilizar escolta militar para navios que transportam derivados de petróleo após ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor um bloqueio a petroleiros sancionados. A informação é do New York Times, com base em fontes e em dados de rastreamento de embarcações.
No início desta semana, Trump declarou que reconhece o governo venezuelano como uma "organização terrorista estrangeira" e anunciou um bloqueio total a todos os petroleiros sancionados que entrem ou saiam da Venezuela.
"Diversos navios que transportavam derivados de petróleo da Venezuela partiram da costa leste do país escoltados pela Marinha venezuelana entre a noite de terça-feira e a manhã de quarta-feira, poucas horas depois de o presidente Trump ameaçar impor um bloqueio a petroleiros sob sanções que realizam comércio com o país", afirma o jornal.
Fontes ouvidas pela publicação afirmam que a decisão do governo venezuelano de implementar a escolta militar foi uma resposta direta às ameaças de Trump.
Um funcionário americano, sob anonimato, disse ao jornal que Washington está ciente da escolta militar e avalia diferentes opções de resposta. O New York Times ressalta que ainda não está claro se as embarcações escoltadas estão na lista de navios sancionados pelos EUA.
O jornalista Tucker Carlson afirmou nesta quarta-feira (17), citando um parlamentar norte-americano, que Trump poderia anunciar em breve o início de uma guerra contra a Venezuela.
Os Estados Unidos justificam sua presença militar no Caribe alegando combate ao narcotráfico. Em setembro e outubro, forças norte-americanas realizaram operações para destruir embarcações próximas à costa venezuelana que, segundo Washington, transportavam drogas. No final de setembro, as Forças Armadas dos EUA estudavam opções para realizar ataques contra narcotraficantes dentro da Venezuela.
Em 3 de novembro, Trump declarou que os dias de Nicolás Maduro no poder estariam contados, mas afirmou que os Estados Unidos não pretendiam entrar em guerra com o país. Em Caracas, essas ações foram classificadas como provocações para desestabilizar a região e como violação de acordos internacionais que estabelecem o caráter desmilitarizado e livre de armas nucleares do Caribe.
Anteriormente, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acusou Trump de tentar conquistar a Venezuela sob o pretexto do combate ao narcotráfico, alegando que Washington busca controlar os recursos petrolíferos do país.
Petro também acusou os Estados Unidos de "uso excessivo da força" após ataques a embarcações venezuelanas que teriam resultado na morte de mais de 27 pessoas.
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