Políticos europeus têm incentivado a sociedade a considerar uma guerra iminente com a Rússia, mas a Europa não está preparada para um conflito direto, aponta a revista The Spectator.

Segundo a publicação, o fortalecimento militar dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para enfrentar uma possível guerra contra a Rússia deve levar anos.

"Os membros da OTAN comprometeram-se a elevar as despesas com defesa do mínimo atual de 2% do PIB para 3,5%. No entanto, isso deve ocorrer até 2035, e se o passado servir de referência, muitos países não conseguirão atingir essa meta, ou, na melhor das hipóteses, terão de recorrer a práticas contábeis questionáveis para dar a impressão de que a atingiram", ressalta o artigo.

Nesse contexto, a revista destaca que líderes europeus têm ampliado a percepção da "ameaça russa" para justificar o aumento dos orçamentos de defesa, uma exigência do presidente estadunidense Donald Trump em tempos de austeridade.

O texto também enfatiza que os europeus devem evitar provocar o presidente russo Vladimir Putin.

De acordo com The Spectator, a Europa tornou-se dependente da proteção militar dos Estados Unidos e agora enfrenta o desconforto dessa dependência, sendo incapaz de fortalecer rapidamente suas forças armadas.

Assim, conclui a matéria, se a ameaça de um ataque russo é tão real, terrível e inevitável, ela não condiz com o ritmo lento de rearmamento observado na maioria dos países europeus.

Anteriormente, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, afirmou que a Europa precisa se preparar para uma guerra de grandes proporções, semelhante às vividas por "avós e bisavós". Ele lamentou que muitos países da aliança ainda não percebam a aproximação da "ameaça russa".

Vale lembrar que o presidente Vladimir Putin, em entrevista ao jornalista norte-americano Tucker Carlson, afirmou que a Rússia não pretende atacar países da OTAN, pois isso "não faz sentido".

Putin ainda observou que políticos ocidentais frequentemente usam a suposta ameaça russa para desviar a atenção de problemas internos, mas "pessoas inteligentes entendem perfeitamente que isso é falso".

Por Sputnik Brasil