Juliane Suellem Vieira dos Reis, advogada de 28 anos que ficou gravemente ferida ao salvar a mãe e um primo de um incêndio em Cascavel (PR), despertou do coma e já se comunica com familiares. Ela permanece internada no Centro de Tratamento de Queimados (CTG) do Hospital Universitário (HU) de Londrina (PR).

A melhora foi confirmada nesta terça-feira, 16, pela amiga Alanna Koerich em publicação nas redes sociais. "Como vocês viram, a gente postou que ela acordou. A mãe dela passou essa informação. O que a gente pode dar de informação no momento é isso. Ela está acordada, mas ainda tem toda a recuperação pela frente. É uma recuperação lenta e difícil", explicou.

Segundo Alanna, Juliane ainda precisará passar por cirurgias. Na segunda-feira, 15, ela completou dois meses de internação, quase todo o período no HU de Londrina, referência estadual no tratamento de queimados. A advogada teve 63% do corpo atingido pelas chamas.

"Quero agradecer muito a vocês, todas as orações e contribuições. É um tratamento longo. Se a Juliane está nessa melhora hoje é força de vontade dela e muito de Deus. A luta ainda não terminou", declarou a amiga. Nesta terça-feira, Alanna encerrou a vaquinha online criada para ajudar Juliane, que arrecadou R$ 220 mil.

A campanha foi encerrada devido à ação de golpistas que passaram a usar o nome e a história de Juliane para pedir dinheiro. "O dinheiro já foi transferido para a família. Qualquer dinheiro pedido em nome dela é golpe", alertou Alanna. O HU de Londrina também publicou um aviso sobre os golpes em suas redes sociais.

Por decisão familiar, o hospital está proibido de divulgar o estado de saúde de Juliane, e os parentes optaram por não conversar com a imprensa. A mãe da advogada, Sueli Vieira dos Reis, de 51 anos, e o primo Pietro Dalmagro, de 4 anos, também ficaram internados, mas já receberam alta.

O apartamento da família, localizado no 13º andar do edifício, foi totalmente destruído pelo incêndio em 15 de outubro. Para salvar os familiares, Juliane se pendurou no suporte do ar-condicionado do 12º andar.

O laudo da Polícia Científica do Paraná apontou que o incêndio não foi provocado de forma intencional. O fogo começou na cozinha do apartamento, mas a causa exata não foi identificada. Segundo o Corpo de Bombeiros, a temperatura no local chegou a 800ºC durante o incêndio.