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Lula pressiona líderes europeus por assinatura de acordo entre UE e Mercosul

Presidente brasileiro pede responsabilidade a Macron e Meloni para conclusão do tratado após 26 anos de negociações.

16/12/2025
Lula pressiona líderes europeus por assinatura de acordo entre UE e Mercosul
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou nesta terça-feira (16) o presidente da França, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, pela assinatura do acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Lula disse esperar que ambos tenham a responsabilidade de assinar o acordo no próximo sábado (20).

"O que está acontecendo neste momento? A União Europeia está disposta a fazer o acordo, o Mercosul está disposto e surgiu um pequeno problema. O presidente Macron está muito preocupado com os produtores rurais da França, que acham que vão perder competitividade na disputa com o Brasil", afirmou durante reunião do Conselho de Participação Social, no Palácio do Planalto.

Lula ressaltou que o Mercosul está cedendo mais do que os países europeus e pediu que Macron e Meloni aceitem a assinatura do acordo no fim de semana.

"Não estão querendo fazer o acordo agora porque o povo está meio rebelde na França, mesmo eu dizendo a ele que o Brasil não compete com os produtos agrícolas da França. São coisas diferentes, qualidades diferentes. Estamos cedendo mais do que eles. Espero que meu amigo Macron e a primeira-ministra Meloni, da Itália, assumam a responsabilidade de, no sábado, trazerem a boa notícia de que vão assinar o acordo", completou.

Lula reforçou que o acordo vem sendo discutido há 26 anos e que envolve um PIB de US$ 22 trilhões. O presidente também citou as negociações com os Estados Unidos em torno do tarifaço imposto pelo então presidente norte-americano, Donald Trump. Ele afirmou que sua decisão, em meio às negociações, foi "abdicar do complexo de vira-lata" e negociar de igual para igual com os EUA. Segundo Lula, o diálogo com Trump tem sido retomado "pouco a pouco". O presidente voltou a comemorar a retirada das sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e sua família.