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Alvos da PF, desembargador e ex-presidente da Alerj trocavam mensagens de afeto
Conversas interceptadas mostram relação próxima entre Macário Ramos Judice Neto e Rodrigo Bacellar, investigados por possível vazamento de informações ao Comando Vermelho.
Mensagens divulgadas pela Polícia Federal revelam a intimidade entre o desembargador Macário Ramos Judice Neto e o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar.
Nesta terça-feira (16), a Polícia Federal tornou públicas conversas entre os dois, ambos alvos de investigação, evidenciando uma relação de amizade próxima. As mensagens foram citadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, responsável por determinar a prisão do desembargador sob suspeita de vazamento de informações sigilosas a integrantes do Comando Vermelho (CV). Judice Neto havia retornado à magistratura há apenas dois dias, após 18 anos afastado.
De acordo com a decisão do ministro, a PF identificou uma "relação de intimidade" entre Bacellar e Judice Neto, marcada por "palavras de afeto e troca de declarações efusivas de carinho, que denotam confiança e lealdade". Em uma das conversas, Bacellar afirma: "Você é irmão de vida". O desembargador também se refere a Bacellar como "irmão" e, em determinado momento, declara: "Te amo".
Além do conteúdo das mensagens, a decisão judicial registra que Bacellar e Judice Neto se encontraram pessoalmente na noite de 2 de setembro de 2025, na Churrascaria Assador, localizada no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. O encontro ocorreu na véspera da deflagração da Operação Zargun, conduzida pela Polícia Federal no dia 3, que resultou na prisão do então deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias, suspeito de atuar em favor do Comando Vermelho.
O ministro Alexandre de Moraes destacou que "elementos de prova apresentados pela autoridade policial demonstram que a relação de amizade entre Rodrigo da Silva Bacellar e Macário Ramos Judice Neto é estreita e próxima". Segundo Moraes, a PF concluiu que os investigados teriam utilizado essa relação de confiança para se reunir pessoalmente na véspera da operação policial, supostamente para alinhar condutas ilícitas. O despacho também aponta que, enquanto Bacellar e o desembargador estavam juntos, TH Jóias trocava mensagens com Bacellar sobre a iminência da operação.
Para a Polícia Federal, os diálogos sugerem que o então deputado estadual teve acesso prévio a informações sigilosas. Conforme o relatório, a "estreita relação" entre Bacellar e Judice Neto teve "impacto relevante no prosseguimento das investigações", indicando indícios de obstrução de justiça e violação de sigilo funcional.
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