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Os ganhos (e as perdas) na união Lula e Trump contra o narcotráfico
Relatório da Abin alerta sobre riscos de intervenção na América Latina, enquanto Lula e Trump discutem cooperação inédita no combate ao crime organizado.
Um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) alertou o governo federal sobre o risco de potências externas explorarem vulnerabilidades da América Latina como pretexto para intervenções na região.
A despeito do alerta, em 2 de dezembro, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente dos EUA, Donald Trump, discutiram uma cooperação inédita no combate ao crime organizado e ao narcotráfico, iniciativa proposta por Lula.
“Ao trazer o tema ao centro da agenda antes de Washington, Lula busca, ao mesmo tempo, reapropriar-se institucionalmente dessa pauta, definindo seus termos e limites segundo interesses nacionais, e sinalizar, interna e externamente, seu compromisso com o enfrentamento ao crime”, analisa a internacionalista Priscila Villela, em entrevista à Sputnik Brasil.
Lula afirmou ter informado Trump de que um dos chefes do crime organizado brasileiro estaria em Miami, numa possível referência ao caso de Ricardo Magro e à refinaria Refit, no Rio de Janeiro. A empresa é acusada de ser a maior sonegadora de ICMS de São Paulo e uma das maiores do Rio de Janeiro e do Brasil.
“Ao afirmar que um dos principais operadores do contrabando de combustível está em Miami, Lula sinaliza algo que raramente é assumido explicitamente: os EUA não são apenas vítimas ou observadores privilegiados da economia ilícita, mas também um de seus principais epicentros”, observa Villela.
Por um lado, a parceria no combate à evasão de divisas, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas representa um claro benefício dessa aproximação. No entanto, segundo o analista Marcos Vinicius Figueiredo, “ao promover e fazer tais medidas, a postura dos Estados Unidos quanto às Américas [...] fica extremamente ambígua e gera muitas dificuldades em relação à tomada de decisão de outros atores, que não sabem exatamente o que os EUA podem fazer”.
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