Dificuldades logísticas e de infraestrutura seguem como os principais obstáculos às exportações brasileiras, de acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a pesquisa, mais da metade dos exportadores (58,2%) considera o custo do transporte internacional o maior entrave para as vendas ao exterior.

Em seguida, destaca-se a ineficiência dos portos no manuseio e embarque de cargas, apontada por 48,5% dos participantes. Outros desafios citados incluem as limitações de rotas marítimas, de espaço ou de contêineres (47,7%), além das tarifas portuárias elevadas (46,2%).

A volatilidade da taxa de câmbio também aparece entre os principais problemas, mencionada por 41,8% dos exportadores.

“O Brasil não pode perder tempo. Precisamos eliminar gargalos internos com ação coordenada entre governo e setor privado. As reformas devem contemplar tanto a melhoria da competitividade quanto a ampliação do acesso a mercados”, afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban, no material de divulgação da pesquisa, realizada desde 2002.

Na edição anterior, divulgada em 2022, o custo do transporte internacional já era apontado como o maior entrave. No entanto, a ineficiência dos portos, que agora ocupa a segunda posição, estava apenas no 14º lugar três anos atrás.

A pesquisa também registrou uma melhora pontual na percepção sobre o custo do transporte doméstico. Por outro lado, empresários relataram piora nos entraves logísticos e institucionais, especialmente na eficiência dos portos. Além disso, 38,8% dos exportadores reclamaram dos juros altos cobrados pelos bancos no financiamento à produção e exportação.

Quando o tema é acesso a mercados externos, a ausência de acordos comerciais foi o maior problema identificado, citado por 25,8% dos empresários. Em questões tributárias, quase um terço dos entrevistados destacou a alta tributação sobre importação de serviços utilizados nas exportações. Outras dificuldades mencionadas incluem a complexidade dos regimes especiais e obstáculos ao ressarcimento de créditos tributários.

O levantamento ouviu 392 empresas exportadoras, que relataram o impacto de diversos entraves em seus processos de exportação nos últimos dois anos.