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Eleições devem impactar desempenho das ações nos próximos anos
Analistas apontam que cenário político e medidas fiscais serão determinantes para o Ibovespa até 2026.
A XP Investimentos revisou para cima sua projeção para o Ibovespa ao final de 2026, de 170 mil para 185 mil pontos, impulsionada pelo início da queda das taxas de juros reais de longo prazo e pela expectativa de expansão dos múltiplos no próximo ano. "Vemos um valuation ainda atrativo", afirma relatório assinado por Fernando Ferreira, Felipe Veiga, Raphael Figueredo e Lucas Rosa.
Durante evento no início de novembro, quando o Ibovespa registrava uma sequência de 15 altas e 12 recordes históricos, Rogério Xavier, sócio da SPX, destacou que a eleição de 2026 deve manter o formato "cara ou coroa" que marca a polarização política do Brasil desde 2018.
Segundo Xavier, uma eventual vitória presidencial em 2026 de um candidato comprometido com o ajuste fiscal poderia resultar em uma "explosão" positiva nos preços dos ativos. "Qual a probabilidade de isso acontecer? A mesma de jogar a moeda", ponderou.
Sucessão
A influência política sobre o mercado ficou evidente na última sexta-feira, quando o Ibovespa caiu 4,31%, fechando aos 157.369 pontos, após a notícia de que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria escolhido o filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), como candidato à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva.
Analistas avaliam que Flávio tem menos chances de vencer Lula nas eleições do próximo ano. "A eventual candidatura de Flávio ainda precisa decantar antes de ser tratada como movimento concreto", escreveu Erich Decat, analista político da Warren Investimentos. Para ele, a indicação é um recado ao Centrão, que vinha ocupando espaço com o enfraquecimento de Bolsonaro e avançando na construção de uma candidatura de centro-direita, com Tarcísio de Freitas (governador de São Paulo) despontando como principal alternativa.
Fiscal
Para Rogerio Freitas, líder de investimentos do ASA, a Bolsa brasileira pode dobrar de valor em dois anos, chegando a 300 mil pontos, caso o Brasil implemente mudanças na política econômica, principalmente com a redução dos gastos públicos. "Em um cenário positivo, acho que a Bolsa pode subir 100%", afirma Freitas, destacando que o movimento depende de uma nova gestão das contas públicas. Ele acredita que, se o tema for abordado, o país poderá ter uma taxa de juros real de equilíbrio menor que a atual. Freitas reforça que a visão apresentada baseia-se em probabilidades estudadas pela equipe do ASA.
Mesmo que o tema fiscal não avance, a avaliação do ASA é de que o cenário local não deve se deteriorar caso o ambiente externo seja favorável ao Brasil.
Com colaboração de Geovani Bucci e Jean Mendes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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