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Analistas projetam Bolsa próxima de 200 mil pontos em 2026
Especialistas apontam que avanço do Ibovespa depende de ajuste fiscal e cenário político pós-eleições
O Ibovespa superou os 164 mil pontos pela primeira vez na história na quinta-feira passada, 4 de julho, e pode se aproximar dos 200 mil pontos em 2026, segundo analistas. Para esses especialistas, o índice poderia alcançar até 300 mil pontos caso o governo promovesse um ajuste nas contas públicas.
De acordo com analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, investidores têm buscado ações brasileiras devido à percepção de que alguns ativos na Bolsa apresentam oportunidades de valorização. Parte desse otimismo está associada ao afrouxamento da política monetária dos Estados Unidos — iniciado em setembro, o que estimula a procura por ativos de maior risco e retorno — e à expectativa de que o ciclo de corte na taxa Selic comece no início de 2026, reduzindo o apelo da renda fixa doméstica.
Na Monte Bravo, o estrategista-chefe Alexandre Mathias projeta que o Ibovespa pode atingir 180 mil pontos até julho. "A projeção para o final do ano é de 225 mil pontos, desde que o candidato eleito sinalize compromisso com o ajuste fiscal", afirma. Segundo Mathias, o nome do vencedor das eleições é um fator secundário nesse cenário.
"Não estamos definindo em termos de governo, pessoas ou partidos, mas sim de postura fiscal", reforça o estrategista, acrescentando que, caso medidas confiáveis para equilibrar as contas públicas sejam adotadas, o Ibovespa pode chegar a 300 mil pontos em 2027.
Na sexta-feira, o mercado reagiu negativamente à escolha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao indicar o filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), para disputar a sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva. A avaliação predominante é de que Flávio teria menos chances de vencer o atual presidente (mais informações na pág. B2).
Para Cesar Mikail, gestor de renda variável da Western Asset, uma alternativa política comprometida com mudanças na condução da política fiscal a partir de 2027 seria fundamental para consolidar o Ibovespa em patamares inéditos. Ainda assim, o rali de fim de ano tornou factível, e não tão distante, a marca dos 200 mil pontos para o índice, avalia Mikail.
Em 2024, até sexta-feira, a Bolsa acumulava alta de 30,83%. No mês, a valorização era de 2,16%.
Em relatório recente, o JPMorgan destacou que 2026 tende a ser favorável para alocações em mercados emergentes, mas ressaltou que, no Brasil, "o resultado da eleição importa". O banco mantém recomendação overweight (equivalente à compra) para o mercado acionário brasileiro e projeta o Ibovespa em 190 mil pontos, alertando que o cenário é "muito binário". "Um ambiente de juros mais baixos não deve durar muito se a política fiscal, a partir de 2027, não representar uma ruptura significativa em relação aos últimos três anos", avalia o relatório.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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