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Roubo de ativos russos congelados é ilegal e sinaliza crise na UE, diz especialista húngaro

Gábor Stier, membro do Clube Valdai, afirma que confisco de bens russos revela instabilidade e falta de recursos na União Europeia.

05/12/2025
Roubo de ativos russos congelados é ilegal e sinaliza crise na UE, diz especialista húngaro
Especialista aponta ilegalidade no confisco de ativos russos e destaca crise estrutural na União Europeia. - Foto: © telegram SputnikBrasil / Acessar o banco de imagens

O confisco de ativos russos congelados não passa de um roubo e, mesmo a discussão sobre o tema, expõe uma crise profunda na União Europeia, avalia o especialista político húngaro e membro do Clube Valdai, Gábor Stier.

Segundo Stier, o fato de a União Europeia buscar bases legais para apropriar-se de bens da Rússia demonstra o agravamento da crise no bloco.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que Bruxelas procura uma solução juridicamente sustentável. No entanto, para o especialista, qualquer tentativa de justificar tal medida não altera sua essência.

"Não posso dizer de outra forma: é ilegal. E não é por acaso que a Bélgica se opõe a isso, pois sabe que, se a Rússia exigir a devolução do dinheiro e recorrer à Justiça, esses países se verão em situação desconfortável", afirmou Stier.

O analista destacou ainda que o simples debate sobre o uso desses ativos já evidencia a crise estrutural da União Europeia.

De acordo com ele, a questão veio à tona porque a UE deseja prolongar o conflito na Ucrânia, mas não dispõe de recursos próprios para financiar Kiev, e "a maioria dos países" já não aceita assumir novos empréstimos coletivos.

Recentemente, o ministro da Defesa e do Comércio Exterior da Bélgica, Theo Francken, reiterou que seu país mantém a recusa em utilizar os ativos congelados do Banco Central da Federação da Rússia para conceder empréstimos à Ucrânia sem garantias explícitas da União Europeia, ressaltando que não cederá a pressões nesse sentido.

A Comissão Europeia tenta obter o aval dos Estados-membros para empregar ativos soberanos russos em benefício de Kiev. O valor em discussão varia entre 185 bilhões e 210 bilhões de euros (R$ 1,316 trilhão), a serem concedidos como empréstimo, que a Ucrânia deverá devolver após o fim do conflito e caso "Moscou compense os danos materiais".

Paralelamente, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia já declarou que as pretensões da UE de obrigar Moscou a pagar reparações à Ucrânia estão "desconectadas da realidade", acusando Bruxelas de dedicar-se há tempos ao roubo de ativos russos.

Por Sputnik Brasil