Geral

Ibovespa atinge marca histórica de 164 mil pontos com otimismo interno e externo

Índice registra novo recorde impulsionado por expectativas de cortes de juros no Brasil e nos EUA, além de fluxo estrangeiro positivo.

04/12/2025
Ibovespa atinge marca histórica de 164 mil pontos com otimismo interno e externo
Ibovespa atinge marca histórica de 164 mil pontos com otimismo interno e externo - Foto: Reprodução

O Ibovespa opera em alta desde a abertura desta quinta-feira (4), com quase todas as 82 ações da carteira no azul e renovando recordes. O índice iniciou o dia em 161.759,78 pontos e chegou a atingir 164.057,62 pontos, salto de cerca de 2.300 pontos em relação ao início do pregão.

O movimento foi estimulado pela divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que veio abaixo das expectativas do mercado, reforçando apostas em uma possível queda da Selic em breve.

"Há um apetite por risco renovado", avalia Bruna Sene, analista de renda variável da Rico, referindo-se também ao ambiente levemente positivo no exterior, diante da expectativa de novo corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) na próxima quarta-feira, nos Estados Unidos.

A valorização do Ibovespa reflete ainda o avanço moderado das bolsas de Nova York e do petróleo no exterior. O único contraponto é o recuo do minério de ferro em Dalian, na China.

O otimismo é generalizado, impulsionado pela expectativa de cortes de juros nos EUA e sinalização de afrouxamento monetário pelo Banco Central brasileiro, o que estimula o ingresso de capital estrangeiro.

Segundo Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3, o índice tem potencial para avançar ainda mais, com estímulo do PIB do terceiro trimestre e a tendência de sazonalidade positiva nos próximos dias. "Terminar até 171 mil pontos é factível", projeta.

No cenário doméstico, Bruna Sene destaca que o crescimento do PIB ficou um pouco abaixo do esperado, reforçando a expectativa de início do ciclo de cortes da Selic. "O mercado estará atento ao comunicado do Copom na próxima semana para identificar quando as quedas dos juros começarão", afirma. Para o encontro, espera-se manutenção da Selic em 15% ao ano.

Outro ponto de atenção é a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, prevista para esta quinta-feira. Nos EUA, os pedidos semanais de auxílio-desemprego evidenciam um mercado de trabalho aquecido, o que mantém os índices de ações em Nova York com variações moderadas, após o relatório ADP do setor privado mostrar fechamento de vagas no dia anterior.

As apostas seguem para um novo corte de juros pelo Fed na próxima semana. "A expectativa de uma queda de 0,25 ponto percentual tem aliviado a curva de juros brasileira e estimulado o Ibovespa", comenta Oliveira, da Blue3.

Pela manhã, o PIB brasileiro cresceu 0,1% no terceiro trimestre em relação ao anterior, abaixo da mediana de 0,2% das estimativas. Na comparação anual, o crescimento foi de 1,8%, superando a expectativa de 1,7%. Juros futuros e dólar operam em baixa frente ao real.

Entre as commodities, o minério de ferro fechou em queda de 0,63% em Dalian, enquanto o petróleo avançava até 0,14% no exterior.

Na véspera, o Ibovespa encerrou com alta de 0,41%, aos 161.755,18 pontos, estabelecendo novo pico de fechamento.

Às 11h34 desta quinta, o índice subia 1,29%, aos 163.842,17 pontos, com máxima de 1,42% a 164.057,62 pontos. Das 82 ações, apenas Ambev (-1,84%) recuava.