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Ataques aos Nord Stream criam paradoxo econômico na Europa, aponta especialista

Analista russo afirma que destruição dos gasodutos elevou custos e ameaça metas da OTAN até 2030.

Sputnik Brasil 04/12/2025
Ataques aos Nord Stream criam paradoxo econômico na Europa, aponta especialista
Ataques aos Nord Stream elevam custos e desafiam metas da OTAN na Europa, segundo especialista russo. - Foto: © Sputnik / Dmitry Lelchuk

A crise energética desencadeada na Europa após o ataque aos gasodutos Nord Stream coloca em risco o cumprimento do plano OTAN-2030, segundo o analista militar russo Aleksei Leonkov, em entrevista à Sputnik.

De acordo com Leonkov, a destruição das infraestruturas ocorreu "com o consentimento silencioso da Europa" e provocou impactos profundos na economia do bloco.

Ele avalia que a interrupção do fornecimento de gás barato resultou em aumento generalizado dos custos de produção.

"Está acontecendo uma crise econômica e energética. O ataque aos Nord Stream, que ocorreu com o consentimento silencioso da Europa, levou ao fim da energia barata. Tudo o que vocês produzem fica mais caro", afirmou.

O especialista destacou ainda que o material bélico europeu está ficando mais caro do que o estadunidense, mesmo com tarifas adicionais. "Esse é o paradoxo que vemos agora", avaliou Leonkov.

Apesar das dificuldades, o analista alerta que os objetivos estabelecidos pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não foram cancelados.

"As metas do plano OTAN-2030 continuam. Até 2030, os exércitos europeus devem se rearmar totalmente com armas convencionais e ampliar seus efetivos. Mas nos últimos cinco anos isso não foi cumprido, e restam apenas mais cinco", explicou.

Segundo Leonkov, a forma encontrada pelos governos europeus para justificar a continuidade do programa tem sido a intensificação do discurso de ameaça.

"A solução tem sido criar tensão, dizendo que a Rússia vai 'devorar' a Ucrânia e depois avançar para a Europa", concluiu.

Nos últimos anos, o Kremlin vem denunciando o aumento das atividades militares da OTAN nas proximidades de suas fronteiras. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia reiterou que o país permanece aberto ao diálogo com a aliança, mas em condições de igualdade e respeito mútuos, alertando que o Ocidente deve abandonar sua política de militarização no continente europeu.