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Crise na Venezuela reacende disputa entre Washington e Brasília sobre intervenção estadunidense
Pressão dos EUA sobre Caracas gera atritos diplomáticos e preocupa governo Lula, que reforça defesa do diálogo e rejeita ação militar.
A crescente pressão dos Estados Unidos sobre a Venezuela reacendeu divergências na diplomacia brasileira. Apesar da histórica proximidade com o regime de Nicolás Maduro, o governo Lula mantém a defesa de soluções negociadas, posição reiterada pelo presidente brasileiro em conversa telefônica com Donald Trump na terça-feira (2).
Entre os impactos diretos para o Brasil, destaca-se o anúncio dos Emirados Árabes Unidos sobre o fechamento do espaço aéreo venezuelano, medida que interfere em rotas aéreas do continente.
Internamente, o governo enfrenta desgaste e divergências entre Luiz Inácio Lula da Silva e líderes progressistas, como Gabriel Boric e José Mujica. Para o Palácio do Planalto, rejeitar o uso da força é também um princípio: os Estados Unidos não têm legitimidade para atacar um país por decisão unilateral de seu presidente.
O Brasil condena as ameaças de intervenção, alertando que uma ação militar "pode incendiar a América do Sul", conforme destacou o assessor especial Celso Amorim.
Desde que retornou à presidência, Trump retomou a estratégia de pressão máxima, ampliando sanções e ameaçando sobretaxar países que importem petróleo venezuelano. A novidade desta ofensiva foi a mobilização, nas proximidades da Venezuela, do maior contingente militar estadunidense no continente desde 1989, incluindo um porta-aviões, caças e cerca de 15 mil soldados.
Embora oficialmente voltada ao combate ao narcotráfico, a operação tem realizado ataques controversos a embarcações em águas internacionais, sem comprovação de envolvimento com drogas.
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