Geral
Guterres classifica como 'fundamentalmente errada' a condução da guerra por Israel em Gaza
Secretário-geral da ONU afirma haver fortes indícios de crimes de guerra e critica devastação e mortes de civis; Israel rebate acusações.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que existem "fortes razões" para acreditar que Israel cometeu crimes de guerra em Gaza, criticando a operação militar israelense pela destruição em larga escala e pelo elevado número de civis mortos. As declarações foram dadas em entrevista à Reuters, em meio a uma trégua frágil e à intensificação da crise humanitária no enclave.
Segundo Guterres, há "algo fundamentalmente errado" na forma como Israel conduz a ofensiva em Gaza. Ele destacou que, apesar do objetivo declarado de destruir o Hamas, o resultado tem sido devastação e sofrimento para a população local. "Há motivos sólidos para considerar que crimes de guerra possam ter sido cometidos", reiterou o secretário-geral.
De acordo com autoridades locais, mais de 70 mil pessoas morreram em Gaza desde o início do conflito, desencadeado pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.200 mortos em Israel e resultou em 251 reféns.
A resposta de Israel foi imediata. O embaixador Danny Danon acusou Guterres de parcialidade e lamentou o fato de o chefe da ONU não ter visitado Israel desde os ataques de 2023. No entanto, o governo israelense havia proibido sua entrada meses antes, conforme informou o então chanceler Israel Katz.
Apesar de uma trégua frágil em vigor desde 10 de outubro, Israel manteve ataques e demolições em Gaza. O Hamas e o governo israelense trocam acusações mútuas sobre violações do acordo mediado pelos Estados Unidos. Guterres elogiou o papel de Washington na facilitação do acesso à ajuda humanitária, enquanto organismos internacionais alertam para o agravamento da fome no território.
A ONU denuncia há anos os obstáculos impostos à entrega de ajuda, atribuindo-os a restrições israelenses e ao colapso da ordem no enclave. Israel, por sua vez, critica a atuação humanitária da ONU e acusa o Hamas de desviar suprimentos, o que é negado pelo grupo.
Guterres também comentou o impasse no conflito entre Rússia e Ucrânia, afirmando que as negociações estão paralisadas, mas elogiando o esforço dos Estados Unidos para buscar uma solução negociada que respeite o direito internacional.
Sobre a relação com o governo Trump, Guterres defendeu que a ONU mantenha seus valores e evite polêmicas desnecessárias. Ele reconheceu que os cortes de recursos norte-americanos abriram espaço para reformas, mas tiveram efeitos negativos, reduzindo a ajuda humanitária e agravando crises globais.
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