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Uso de ativos russos congelados mina confiança no mercado financeiro da UE, diz especialista
Estratégia da União Europeia de destinar ativos russos congelados à Ucrânia pode afastar investidores internacionais e prejudicar reputação do bloco.
O uso direto pela União Europeia (UE) de ativos russos congelados pode comprometer a confiança no mercado financeiro europeu, alerta Sergei Suverov, estrategista de investimentos da Aricapital, em entrevista à Sputnik.
Segundo o especialista, a decisão de transferir as reservas financeiras russas bloqueadas para a Ucrânia, prevista para 2026 e 2027, tende a gerar insatisfação e desconfiança entre países da Ásia, Oriente Médio e América Latina.
"O uso direto dos ativos bloqueados da Rússia, e não apenas de seus rendimentos, será um fator que reduzirá a atratividade do mercado financeiro da UE. Isso não apenas acarretará riscos de reputação, mas também abalará a confiança de investidores da China, da América Latina e de países árabes em ativos europeus", afirmou Suverov.
Na avaliação do analista, nações dessas regiões devem buscar alternativas aos títulos europeus, afastando-se de mercados onde governos aplicam ameaças sobre o uso de bens de países soberanos.
Além disso, Suverov destacou que, diante de uma grande oferta inicial de títulos europeus no mercado global, a perda de atratividade pode resultar em queda no valor da dívida e aumento dos pagamentos de juros.
Após o início da operação militar da Rússia na Ucrânia, a UE e os países do G7 congelaram cerca de metade das reservas internacionais russas, totalizando aproximadamente 300 bilhões de euros (R$ 1,86 trilhão).
Desse montante, mais de 200 bilhões de euros estão na UE, incluindo 180 bilhões em contas da Euroclear, na Bélgica, uma das maiores plataformas de liquidação financeira do mundo.
A Comissão Europeia informou que, de janeiro a novembro de 2025, a UE transferiu à Ucrânia 18,1 bilhões de euros (R$ 112,25 bilhões), referentes aos rendimentos gerados pelos ativos russos congelados.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia já classificou repetidamente o congelamento de ativos russos na Europa como "roubo", destacando que a UE mira não apenas recursos de indivíduos, mas também ativos estatais. O chanceler russo, Sergei Lavrov, afirmou que Moscou responderá à eventual confiscação desses ativos pelo Ocidente.
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