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Diretor interino de investimentos do Rioprevidência é exonerado em meio a investigação sobre Banco Master
Pedro Pinheiro Guerra Leal, que integrava o comitê responsável por aprovar investimentos no Banco Master, deixa o cargo após liquidação extrajudicial da instituição e apuração de possíveis irregularidades.
O governo do Rio de Janeiro exonerou Pedro Pinheiro Guerra Leal, diretor interino de investimentos do Rioprevidência. Ele integrava o comitê responsável por aprovar aplicações do fundo de pensão dos servidores estaduais aposentados no Banco Master, instituição que teve sua liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central.
A exoneração foi oficializada na edição desta quarta-feira, 3, do Diário Oficial do Estado. Leal ocupava o cargo comissionado de gerente de Operações e Investimento do Rioprevidência, subordinado à Secretaria de Estado da Fazenda. A reportagem do Estadão tenta contato com o ex-diretor e com o Rioprevidência.
O Rioprevidência é responsável pelo pagamento de aposentados e pensionistas do governo estadual do Rio de Janeiro. Por isso, a gestão dos investimentos deve prezar pela segurança e pelo equilíbrio financeiro do sistema previdenciário.
Desde 2024, o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) apura possíveis irregularidades em alocações de recursos previdenciários em ativos que não estariam de acordo com as normas vigentes. O órgão identificou que o Rioprevidência chegou a concentrar cerca de 25% dos seus recursos — o equivalente a R$ 2,6 bilhões — em Letras Financeiras (LF) e fundos de investimentos vinculados ao Banco Master.
Em nota, o Rioprevidência contestou o valor divulgado, alegando que o montante tem sido "equivocadamente veiculado" devido a "um cálculo feito pelo TCE-RJ, já esclarecido em recurso apresentado à Corte de Contas". Segundo o fundo, o valor efetivamente aplicado foi de cerca de R$ 960 milhões em Letras Financeiras, e atualmente negocia a substituição desses títulos por precatórios federais.
No fim de novembro, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) recomendou ao Rioprevidência e à Secretaria da Fazenda a adoção de medidas para proteger o patrimônio previdenciário do Estado e recuperar eventuais perdas causadas pela liquidação do Banco Master.
Entre as ações sugeridas estavam a abertura de processo administrativo para apurar a responsabilidade de gestores, consultores e membros de comitês que autorizaram ou mantiveram os investimentos, além do afastamento cautelar de agentes diretamente envolvidos e a proposição de eventuais medidas judiciais para reparação dos danos identificados.
Segundo a recomendação, o Rioprevidência mantinha aplicações expressivas no Banco Master, "cuja insolvência expôs recursos do regime próprio a um risco de crédito considerado desproporcional e incompatível com os parâmetros de segurança exigidos para investimentos dessa natureza, gerando risco direto sobre valores destinados ao pagamento de benefícios previdenciários".
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