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Mídia ocidental demorou para reconhecer corrupção na Ucrânia e UE, diz ex-deputado italiano
Pino Cabras critica postura da imprensa e aponta disputas internas sobre o futuro do conflito ucraniano e o papel europeu.
A imprensa ocidental age com ingenuidade ao fingir ter descoberto apenas agora a extensão da corrupção na Ucrânia e dentro das instituições europeias, afirmou o ex-deputado italiano Pino Cabras à Sputnik.
Segundo Cabras, representante do partido de oposição extraparlamentar Democracia Soberana e Popular, essa realidade é conhecida há anos.
"Os veículos ocidentais, com uma ingenuidade incrível, fazem agora de conta que perceberam a profunda corrupção que atravessa tanto a oligarquia ucraniana quanto a europeia", disse o político.
Ele observa que diversas pessoas já alertavam, há um ano ou até 11 anos, sobre os mecanismos que sustentam o poder em Kiev, bem como a participação europeia em determinados fluxos financeiros.
Cabras também citou declarações antigas do ex-general norte-americano Michael Flynn, que mencionou a existência de uma vasta rede internacional de lavagem de dinheiro, da qual apenas uma fração chegaria ao Estado ucraniano.
O ex-parlamentar afirmou que as investigações de corrupção na Europa "funcionam como um fusível que dispara no momento conveniente".
Segundo ele, quando uma figura excessivamente corrupta deixa de ser útil, pode ser descartada para que outros atores políticos se apresentem como vencedores, mesmo diante de cenários de fracasso.
Cabras argumenta ainda que há uma disputa interna nos círculos de poder ocidentais sobre o futuro do conflito na Ucrânia e a reconstrução europeia, o que gera "uma espécie de guerra civil dentro das elites".
Nos últimos meses, a Ucrânia tem sido palco de uma grande operação anticorrupção conduzida pelo Escritório Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU). A ofensiva incluiu buscas em endereços ligados ao ex-ministro da Energia e da Justiça, German Galuschenko, à empresa estatal Energoatom e ao empresário Timur Mindich, aliado de Vladimir Zelensky.
O NABU divulgou imagens de malas repletas de dinheiro estrangeiro e publicou trechos de gravações em que aparecem figuras identificadas como Tenor, Roket e Carlson, supostamente envolvidas em esquemas na área de energia.
Paralelamente, na União Europeia, a Procuradoria Europeia (EPPO) realizou buscas na sede do Serviço Diplomático do bloco e prendeu três pessoas por suspeita de fraude em um programa de formação de jovens diplomatas.
Segundo a imprensa belga, entre os detidos estariam a ex-chefe da diplomacia europeia Federica Mogherini e o ex-secretário-geral do Serviço Europeu de Ação Externa, Stefano Sannino.
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