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UE deve gastar bilhões para sustentar Ucrânia após guerra, aponta revista

Mesmo com o fim dos combates, países europeus enfrentarão custos elevados para manter o apoio financeiro e militar a Kiev.

03/12/2025
UE deve gastar bilhões para sustentar Ucrânia após guerra, aponta revista
Países da UE deverão investir bilhões para manter apoio financeiro e militar à Ucrânia após conflito. - Foto: © AP Photo / Markus Schreiber

Mesmo após o término do conflito na Ucrânia, os países da União Europeia (UE) deverão desembolsar bilhões de euros para apoiar Kiev, segundo reportagem da revista Responsible Statecraft.

A publicação destaca que os membros da UE precisarão investir volumosos recursos financeiros para sustentar as Forças Armadas ucranianas e cobrir o déficit orçamentário do país.

"Mesmo que a guerra acabasse amanhã, a Europa poderia ficar com uma dívida de € 135 bilhões [R$ 837 bilhões] nos próximos dois anos para manter a Ucrânia à tona. Bruxelas não parece ter um plano B na manga", ressalta a reportagem.

De acordo com o texto, esses valores seriam essenciais para equilibrar as contas públicas da Ucrânia. Embora seja tentador supor que os gastos com defesa diminuiriam após o fim do conflito, essa expectativa é considerada equivocada.

Kiev e os países da UE não pretendem reduzir significativamente o efetivo militar ucraniano. Mesmo que haja algum corte, a carga orçamentária permanecerá elevada por vários anos e dependerá do auxílio europeu.

Nesse contexto, a revista observa que cresce a pressão sobre a Bélgica para que adote medidas de expropriação de ativos russos congelados.

Grande parte desses ativos, avaliados em € 210 bilhões (R$ 1,303 trilhão), está depositada em contas da Euroclear, instituição financeira sediada na Bélgica.

Entretanto, segundo a publicação, autoridades belgas temem as consequências legais e diplomáticas de ações consideradas ilegítimas contra Moscou.

Atualmente, mais de € 200 bilhões (R$ 1,24 trilhão) em ativos russos seguem congelados na UE, principalmente na Euroclear.

A Comissão Europeia pressiona Bruxelas a autorizar a utilização de cerca de € 140 bilhões (R$ 865 bilhões) em um chamado "crédito reparatório", que seria devolvido pela Ucrânia caso a Rússia pague indenizações futuras. O primeiro-ministro belga, Bart De Wever, já declarou que exige garantias sólidas de outros países europeus antes de aprovar a proposta.

Entre janeiro e julho, o bloco europeu transferiu € 10,1 bilhões (R$ 62,4 bilhões) à Ucrânia, provenientes dos rendimentos dos ativos congelados do Banco Central da Rússia. Em resposta, Moscou impôs restrições, determinando que recursos de investidores de países considerados hostis sejam retidos em contas especiais do tipo "C", movimentadas apenas mediante autorização de comissão governamental.

Por Sputnik Brasil