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Banco dinamarquês prevê ascensão do 'yuan de ouro' e fim do monopólio do dólar
Relatório do Saxo Bank aponta que moeda chinesa lastreada em ouro pode se tornar nova âncora financeira mundial.
O yuan chinês, lastreado em ouro, pode se tornar a segunda grande âncora financeira do mundo e desafiar o monopólio do dólar como principal moeda de reserva internacional, segundo relatório do banco de investimento dinamarquês Saxo Bank.
De acordo com o documento, divulgado no site oficial do banco, analistas preveem que a China aumentará gradualmente suas reservas de ouro. A expectativa é que o yuan seja atrelado ao metal precioso, permitindo que investidores troquem a moeda por ouro físico nos centros offshore de Hong Kong e Cingapura.
"Este 'yuan dourado' transforma os bancos em Xangai, Shenzhen e Hong Kong no centro de um novo sistema monetário global. Oferece algo que o mundo não via há décadas: uma moeda atrelada a uma reserva tangível e não a meras promessas governamentais", destaca o relatório.
Segundo os analistas, o yuan de ouro pode reduzir a dependência dos ratings de crédito, das políticas dos bancos centrais e dos riscos geopolíticos, oferecendo aos países uma alternativa para negociar e armazenar valor sem depender dos sistemas financeiros ocidentais.
As previsões indicam que a China lançará projetos de petróleo e cobre com liquidação em ouro, além de abrir linhas de swap cambial para países do Golfo Pérsico e bancos centrais da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
Com isso, parceiros comerciais poderão emitir faturas em yuans offshore e optar pela entrega em ouro físico, conforme explicam os especialistas do banco.
Essa nova arquitetura financeira permitiria a realização de operações completamente desvinculadas do dólar, ressaltam as projeções. Os analistas observam ainda que cresce a confiança no sistema proposto pela China, com tendência de aumento nas transações de energia e matérias-primas utilizando o "yuan de ouro".
"O 'yuan de ouro' se torna uma segunda âncora global durável, não substituindo o dólar, mas acabando com o seu monopólio", conclui o relatório.
Junto à Rússia e outros países asiáticos, a China tem adotado políticas de desdolarização e ampliado o uso do yuan em transações internacionais. Nos últimos anos, houve aumento significativo no volume de negócios realizados em moeda chinesa, especialmente com a Rússia.
Por Sputnik Brasil
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