Geral

Kremlin nega rejeição de plano dos EUA para a Ucrânia

Segundo o Kremlin, negociações com enviados de Trump foram construtivas, com pontos aceitos e outros considerados inaceitáveis.

03/12/2025
Kremlin nega rejeição de plano dos EUA para a Ucrânia
Kremlin nega rejeição de plano dos EUA para a Ucrânia

O Kremlin afirmou nesta quarta-feira (3) que é "errado" dizer que o presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou o plano dos Estados Unidos para a Ucrânia. O governo russo descreveu o encontro em Moscou com enviados do líder americano Donald Trump como um primeiro "intercâmbio direto de opiniões".

De acordo com Yuri Ushakov, assessor de política externa de Putin, o presidente russo "aceitou algumas propostas americanas" e considerou outras "inaceitáveis". Ushakov destacou que Moscou está disposto a continuar negociando "quantas vezes for necessário" para buscar um acordo.

O assessor informou que a conversa com Steve Witkoff e Jared Kushner foi útil, construtiva e substancial, com duração de cinco horas. Segundo Ushakov, foram discutidos um documento inicial de 27 pontos e outros quatro textos enviados posteriormente por Washington. Embora "compromissos ainda não tenham sido encontrados", algumas ideias dos EUA foram vistas como "mais ou menos aceitáveis", enquanto outras receberam reação "crítica, até negativa".

Ushakov ressaltou que as negociações envolvem "questões territoriais concretas", consideradas por ele as mais sensíveis do processo. Ele evitou dar detalhes, lembrando que as tratativas são sigilosas.

O assessor também criticou a postura europeia, afirmando que Putin classificou como "ações destrutivas" as iniciativas de países da União Europeia no debate sobre a paz. Além disso, reiterou a posição do Kremlin de que a decisão europeia de abandonar o gás russo fará com que "a Europa pague muito mais por gás".

Apesar das divergências, Ushakov afirmou que Moscou e Washington "não estão mais distantes, isso é certo" e que o trabalho continuará em nível técnico antes de eventuais contatos diretos entre Putin e Trump.