Geral
Mudança em política migratória dos EUA impacta prisões por drogas e apreensões de armas, aponta imprensa
Relatório revela queda expressiva em ações contra narcóticos e armas, enquanto detenções ligadas à imigração batem recorde
O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (Homeland Security) realizou menos prisões relacionadas a crimes de drogas e registrou uma queda significativa nas apreensões de armas em 2025, em comparação ao ano anterior, segundo reportagem do The New York Times.
De acordo com o levantamento, as prisões por narcóticos caíram cerca de 11%, e houve uma redução de 15% no número de novas investigações abertas sobre crimes ligados a drogas.
O total de armas apreendidas despencou 73% no período, passando de quase 41,4 mil para menos de 11,2 mil. Os dados constam em relatório interno do setor investigativo do órgão (Homeland Security Investigations - HSI).
Por outro lado, as detenções por violações civis de imigração tiveram aumento expressivo, saltando de cerca de 5 mil para mais de 94.500 — um recorde histórico.
Segundo documentos internos do governo obtidos pelo jornal, os resultados refletem a mudança de prioridades do atual governo dos EUA, que tem concentrado esforços na detenção de imigrantes e na intensificação da política migratória.
A reportagem cita atuais e ex-funcionários federais, destacando que autoridades do departamento deslocaram agentes de investigações complexas, como narcóticos, armas e crime organizado, para reforçar a ofensiva migratória, após pressão direta da Casa Branca.
O levantamento compara o desempenho entre 1º de outubro de 2024 e 30 de setembro de 2025 com igual período do ano anterior. As prisões criminais aumentaram para mais de 46 mil, alta de 41%. Esse crescimento, porém, foi impulsionado principalmente por investigações relacionadas à imigração, como contrabando e tráfico de pessoas.
Cerca de 12 mil das prisões registradas não tiveram categorização definida, dificultando a identificação precisa dos tipos de casos que contribuíram para a elevação dos números.
Investigações sobre exploração infantil também registraram queda: houve redução de 28% nos indiciamentos por esse crime, e os agentes identificaram ou resgataram cerca de 300 crianças a menos — uma diminuição de 17%.
Fontes ouvidas pela reportagem afirmaram que as mudanças prejudicaram o andamento de investigações sensíveis. O número de prisões por tráfico de pessoas aumentou, mas o de vítimas auxiliadas caiu 20%.
Investigadores relataram que muitos agentes continuaram atuando nesses casos por conta própria, fora do expediente.
A queda nas investigações e prisões por drogas coincide com a presença dos EUA em operações no Caribe, onde o país já atacou dezenas de embarcações sob o pretexto de combater o tráfico, resultando em mais de 80 mortos.
O jornal destaca ainda que outras agências federais, como FBI, DEA (Agência Antidrogas) e ATF (Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos), também redirecionaram recursos para apoiar a repressão migratória.
A porta-voz do governo, Abigail Jackson, afirmou ao jornal que a HSI registrou mais prisões criminais do que em qualquer ano fiscal anterior e minimizou as quedas em categorias específicas, como prisões por drogas e apreensões de armas, alegando que esses números variam anualmente.
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