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Ministro garante financiabilidade dos projetos ferroviários previstos para 2026

Renan Filho afirma que carteira de R$ 140 bilhões em ferrovias terá apoio do BNDES e atrairá investidores privados

25/11/2025
Ministro garante financiabilidade dos projetos ferroviários previstos para 2026

O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou nesta terça-feira (25) que há plena confiança na financiabilidade dos oito projetos ferroviários previstos para 2026. Com investimentos estimados em R$ 140 bilhões, os projetos devem contar com aporte público e o apoio direto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na intermediação com investidores privados.

“O desafio não é mais rodovias, é ferrovias, pelo caráter de longo prazo. Mas com certeza tem financiabilidade”, destacou Renan Filho durante evento de lançamento da carteira de projetos, em solenidade realizada nesta terça-feira.

Segundo o ministro, as dúvidas que já existiram quanto à financiabilidade das concessões rodoviárias foram superadas, e a expectativa é de repetir o sucesso no setor ferroviário.

“O investimento inicial em projetos ferroviários tem dificuldade pelo alto valor, mas depois é uma renda fixa acima do que remunera a renda fixa tradicional. Tem financiabilidade”, reforçou. Ele lembrou que concessionárias rodoviárias conseguiram captar recursos junto a fundos internacionais, um dos novos mecanismos explorados por investidores.

A participação do BNDES na estruturação dos projetos é vista como um diferencial para o sucesso da carteira. O banco, que já atua em outras áreas de infraestrutura, como saneamento e energia elétrica, pretende replicar a experiência no setor ferroviário. Entre as ferramentas disponíveis está a emissão de debêntures de infraestrutura, adquiridas por investidores interessados no setor.

A diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudanças Climáticas do BNDES, Luciana Costa, ressaltou a capacidade técnica do banco para estruturar grandes obras, citando o histórico em saneamento e energia elétrica.

“Por que não podemos fazer com ferrovias? Admitimos que temos desafios. O ciclo de investimento do capex é de dez anos, mas estamos seguros de que temos conhecimento técnico para isso”, afirmou Luciana Costa. Ela destacou que a presença do BNDES em um projeto aumenta a confiança do mercado. “Somos um selo de qualidade para os projetos que estruturamos. Ancoramos expectativas.”

Calendário ferroviário

No calendário de leilões para 2026, o primeiro previsto é o Corredor Minas-Rio, em abril. Em junho, deve ocorrer a disputa pelo Anel Ferroviário Sudeste.

Em julho, está previsto o leilão da Malha Oeste e, em agosto, o do Corredor Leste-Oeste. Três certames encerram a agenda, em dezembro: Malha Sul - Corredor Paraná-Santa Catarina, Malha Sul - Corredor Rio Grande e Malha Sul - Corredor Mercosul.

Entre os projetos, destaca-se ainda a previsão de leilão da Ferrogrão, com custo estimado em R$ 25 bilhões, sendo R$ 8 bilhões destinados à infraestrutura de trilhos e instalações. Apesar de o projeto ainda estar em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério dos Transportes prevê o leilão para setembro.

Paralelamente ao calendário, o Ministério dos Transportes lançou o Plano Nacional de Desenvolvimento Ferroviário, considerado o mais robusto já elaborado no país. O governo afirma que o objetivo central é destravar a expansão da malha ferroviária, somando recursos públicos e privados.