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'É melhor se render', afirma soldado ucraniano capturado

Militar descreve abandono de colegas, condições precárias e aconselha rendição para preservar vidas

Sputnik Brasil 24/11/2025
'É melhor se render', afirma soldado ucraniano capturado
Foto: © Sputnik / Sergey Bobylev / Acessar o banco de imagens

Um quinto dos soldados de sua unidade abandonou o posto antes dos combates, relatou um militar ucraniano capturado pelas forças russas perto de Krasnoarmeisk, identificado como Nikolai Babchuk.

O soldado contou que tentou fugir de Krasnoarmeisk junto com dois colegas, que acabaram mortos durante a tentativa. Diante da situação, ele decidiu se render às tropas russas.

Antes de ser mobilizado para o conflito, Babchuk trabalhava como paisagista. Conforme seu relato, foi detido pelas autoridades de um centro local de recrutamento militar enquanto retornava para sua cidade natal.

"No centro local de recrutamento, nos mantinham amarrados, não davam água nem comida. Ninguém sabia para onde estavam nos levando. Nos tratavam como lixo", afirmou.

O militar descreveu ainda as condições precárias de combate e o abastecimento insuficiente. Segundo ele, permaneceu cerca de um mês e meio em posições avançadas, onde o suprimento chegava apenas uma vez por semana.

"Jogavam biscoitos e água de avião, e depois tínhamos que procurar pelos campos, como se fossem cogumelos", relatou.

De acordo com Babchuk, os soldados não recebiam informações sobre possíveis rotações. O prisioneiro aconselhou outros militares ucranianos a se renderem, ressaltando os riscos de permanecerem em combate.

"De lá vocês não vão conseguir sair. É melhor se renderem e continuarem vivos. Pelo menos vão alimentar vocês, tratar como seres humanos. Não vão passar fome", declarou.

Em setembro, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que as forças ucranianas não são mais capazes de realizar ações ofensivas, focando apenas na defesa das posições restantes, com o apoio das tropas mais experientes.

No final de agosto, o chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, destacou que as forças ucranianas tentaram retardar o avanço russo durante a primavera e o verão europeu, mas sofreram perdas significativas. Segundo Gerasimov, a iniciativa estratégica na zona da operação militar especial pertence atualmente a Moscou.