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BCE seguirá ajustando política monetária para manter inflação sob controle, afirma Lagarde

Presidente do Banco Central Europeu destaca impacto dos cortes de juros e reforça necessidade de adaptação diante de mudanças no cenário global

21/11/2025
BCE seguirá ajustando política monetária para manter inflação sob controle, afirma Lagarde
- Foto: Reprodução

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou nesta sexta-feira, 21, que a política monetária continuará sendo ajustada conforme necessário para garantir que a inflação convirja para a meta estabelecida pela instituição. Segundo Lagarde, os cortes de juros já realizados — um total de 200 pontos-base desde o pico — começam a aliviar as condições financeiras na zona do euro. "Cortamos as taxas em 200 pontos-base desde o pico, e isso está cada vez mais se transmitindo para condições de financiamento mais fáceis", destacou.

Lagarde ressaltou ainda que o mercado de trabalho europeu permanece "extraordinariamente forte", o que tem sustentado o consumo das famílias mesmo diante da desaceleração do crescimento econômico. "Desde o fim da pandemia, a relação entre emprego e PIB tem sido quase de um para um", afirmou, destacando o "círculo virtuoso" criado pela geração de vagas e pela expansão de setores intensivos em mão de obra.

A dirigente enfatizou que, nos próximos anos, o crescimento da economia europeia dependerá principalmente da demanda interna, uma vez que o modelo baseado em exportações perdeu força diante de choques globais e do aumento da competição internacional. Lagarde apontou que investimentos públicos em defesa e infraestrutura devem ajudar a mitigar parte desse impacto, enquanto a resiliência do mercado doméstico pode sustentar a atividade econômica.

Por fim, Lagarde voltou a defender o fortalecimento do mercado único europeu. Ela citou barreiras internas — comparáveis a tarifas elevadas — em setores como serviços digitais e mercados de capitais, e afirmou que a remoção desses entraves é fundamental para ampliar a competitividade do bloco e reduzir a dependência de mercados externos. "Eliminar essas barreiras permitirá que a Europa avance de um status meramente resiliente para verdadeiramente forte", concluiu.