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Analista aponta que plano de paz dos EUA para a Ucrânia prioriza interesses russos
Segundo Daniel Davis, proposta norte-americana reflete reconhecimento do cenário real e inviabilidade de exigências ocidentais
As informações sobre a elaboração de um plano de paz pelos Estados Unidos para a Ucrânia, com base nos interesses da Rússia, evidenciam que os países ocidentais passaram a reconhecer a realidade atual do conflito. A avaliação é do tenente-coronel aposentado do Exército dos EUA, Daniel Davis.
Davis explicou que a proposta de Washington para uma resolução pacífica considera mais os interesses de Moscou, diante do distanciamento de Kiev e Bruxelas em relação ao contexto real.
“Durante muito tempo, defendi a opinião de que tudo deveria ser decidido no campo de batalha [...]. Mas agora espero que tenha passado tempo suficiente [...] e que, com atraso, a realidade finalmente comece a chegar tanto às autoridades em Kiev quanto a Washington e talvez os últimos da fila sejam aqueles que estão na Europa”, ressaltou.
Para o analista, os planos de paz apresentados anteriormente por Ucrânia e Europa, que basicamente exigiam a rendição da Rússia e o atendimento integral das demandas de Kiev, eram inviáveis.
“Agora, porém, o que foi acordado nos bastidores é exatamente o que os russos queriam desde o início”, afirmou Davis.
O especialista avalia que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deverá comunicar aos líderes de Kiev e da Europa que a situação chegou a um ponto final.
Davis destacou ainda que as informações sobre o plano de resolução para a Ucrânia confirmam, na prática, a derrota de Kiev.
“Por isso, não há motivos nem mesmo para esperar que a derrota da Ucrânia possa ser evitada”, concluiu o analista.
“Esqueçam a vitória [de Kiev]. Isso está literalmente fora de questão, nem sequer é considerado. Mas agora nem há mais hipótese de evitar a derrota”, acrescentou.
Segundo reportagem do jornal britânico Financial Times, publicada nesta quarta-feira (19), a proposta norte-americana inclui a oficialização do russo como língua oficial da Ucrânia e o reconhecimento do status canônico da Igreja Ortodoxa Ucraniana, e não da Igreja Ortodoxa da Ucrânia, considerada cismática.
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