A Ucrânia enfrenta uma de suas maiores crises governamentais desde o início da invasão russa, após a revelação de um esquema de desvio de recursos e pagamento de propinas que soma cerca de US$ 100 milhões no setor energético estatal. A investigação, conduzida ao longo de 15 meses e que incluiu mil horas de escutas telefônicas, desvendou uma rede que extorquia entre 10% e 15% em propinas de contratos da empresa nuclear estatal Energoatom.

O escândalo resultou na renúncia dos ministros da Justiça e da Energia, a pedido do presidente Volodimir Zelenski.

A crise ganhou contornos políticos ainda mais graves ao envolver Tymur Mindich, coproprietário da empresa de produção de mídia de Zelenski e figura de destaque em setores estratégicos, como a fabricação de drones. Gravações divulgadas pelo Escritório Nacional Anticorrupção (NABU) sugerem que Mindich, identificado pelo codinome "Karlsson", participava do esquema, que também envolvia discussões sobre atrasos deliberados na construção de fortificações para proteger instalações energéticas de ataques russos, com o objetivo de obter contratos mais lucrativos.

O escândalo ocorre em um momento crítico, com a Rússia intensificando ataques à infraestrutura energética ucraniana e provocando apagões em meio à aproximação do inverno. O país depende fortemente de fundos europeus para manter o setor em funcionamento. Parceiros internacionais, como a Alemanha, expressaram preocupação, já que têm direcionado recursos significativos para a energia ucraniana. Autoridades europeias afirmaram que acompanharão o caso de perto e que poderão aplicar consequências.

"Internamente, este escândalo será usado para minar a unidade e a estabilidade dentro do país. Externamente, nossos inimigos o usarão como argumento para interromper a ajuda à Ucrânia", avaliou Oleksandr Merezhko, legislador do partido de Zelenski. "Parece muito ruim aos olhos de nossos parceiros europeus e americanos. Enquanto os russos destroem nossa rede elétrica e a população enfrenta apagões, alguém no topo estava roubando dinheiro durante a guerra."

Fonte: Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.