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Após anos de retração, sindicatos brasileiros ganham 812 mil novos associados em 2024, diz IBGE

Taxa de sindicalização volta a crescer após atingir piso histórico, mas ainda está distante dos patamares registrados em 2012.

19/11/2025
Após anos de retração, sindicatos brasileiros ganham 812 mil novos associados em 2024, diz IBGE
- Foto: Reprodução

Depois de anos de queda na sindicalização, os sindicatos brasileiros registraram um avanço significativo em 2024, com a adesão de mais 812 mil novos associados. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua: Características adicionais do mercado de trabalho, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2023, dos 101,3 milhões de ocupados no país, 8,9% eram associados a sindicatos, totalizando 9,1 milhões de pessoas sindicalizadas — um crescimento de 9,8% em relação ao piso histórico registrado no ano anterior. No mesmo período, o número de sindicalizados era de 8,3 milhões, ou 8,4% dos ocupados, a menor taxa de toda a série histórica iniciada em 2012.

Apesar da recuperação recente, a proporção de trabalhadores sindicalizados segue muito abaixo dos 16,1% registrados em 2012. Todos os setores econômicos apresentaram queda no percentual de sindicalização em comparação ao início da série, com destaque para Transporte, Armazenagem e Correio, que caiu de 20,7% em 2012 para 8,3% em 2024, e para a Indústria Geral, que recuou de 21,3% para 11,4% no mesmo período.

De acordo com o IBGE, independentemente do setor — público ou privado —, “a retração da sindicalização atinge todos os segmentos da ocupação” no médio prazo.

“Percebe-se, então, que a expansão da população ocupada nos últimos anos não se converteu em aumento da cobertura sindical no País. Esse resultado pode estar relacionado a diversos elementos, como a forma de inserção do trabalhador na ocupação, as modalidades contratuais mais flexíveis introduzidas pela Lei n. 13.467, de 13.07.2017, conhecida como Reforma Trabalhista, e o uso crescente de contratos temporários no setor público”, destacou o IBGE.

Entre 2023 e 2024, houve aumento da taxa de sindicalização tanto entre empregados do setor privado com carteira assinada (de 10,1% para 11,2%) quanto entre empregados do setor público, incluindo servidores estatutários e militares (de 18,3% para 18,9%).

No recorte por gênero, em 2024, 9,1% dos trabalhadores homens estavam sindicalizados, contra 8,5% em 2023. Entre as mulheres, a proporção subiu de 8,2% para 8,7% no mesmo período.

A diferença percentual entre homens e mulheres sindicalizados, que era de 2 pontos em 2012, caiu para 0,4 ponto em 2024. Na Região Nordeste, 10% das mulheres ocupadas eram sindicalizadas, sendo a única região em que esse índice superou o dos homens (8,9%). Nas demais regiões, o cenário foi oposto, segundo o IBGE.