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Moscou questiona posição dos EUA sobre extensão do Novo START
Vice-chanceler russo afirma que Washington ainda avalia proposta para manter limites de armas estratégicas por mais um ano
Moscou expressou dúvidas quanto à definição da posição dos Estados Unidos sobre a proposta russa de estender, por mais um ano, os limites estabelecidos pelo Tratado Novo START após o fim do acordo. Segundo o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, apesar dos sinais geralmente positivos de Washington, não há clareza sobre uma decisão definitiva por parte norte-americana.
Ryabkov afirmou que os especialistas em Washington encarregados de formular a posição sobre o Novo START ainda estão em fase de análise e elaboração de opções, sem ter chegado a um consenso que permita um posicionamento mais concreto.
"Eu acho que, apesar desses sinais geralmente positivos, ainda é cedo para dizer qual poderá ser a posição de Washington em relação a essa proposta", declarou Ryabkov.
O diplomata destacou que a Rússia indicou claramente os próximos passos desejados, defendendo que o diálogo avance sem interrupções. "Para mim, é óbvio que a disposição expressa na proposta do presidente é, em essência, um convite à outra parte para demonstrar responsabilidade. Isso é importante tanto do ponto de vista da segurança de nossos países quanto do ponto de vista da economia de recursos", acrescentou.
Ryabkov ressaltou que a Rússia está disposta a aderir às restrições centrais do Novo START por mais um ano, desde que os Estados Unidos não comprometam o equilíbrio estratégico nem adotem medidas que prejudiquem os interesses de segurança russos, seja no desenvolvimento de capacidades ofensivas ou defensivas.
O vice-chanceler também afirmou que Moscou respeita a posição da China sobre o tema e demonstrou preocupação com o fortalecimento das capacidades nucleares dos aliados dos EUA na Europa, em especial Reino Unido e França, que estão modernizando seus arsenais e vetores nucleares.
Ryabkov frisou que essas circunstâncias deverão ser consideradas em futuros diálogos sobre estabilidade estratégica.
O Tratado de Redução de Armas Estratégicas, conhecido como Novo START, foi assinado em 2010 por Estados Unidos e Rússia, estabelecendo limites para arsenais nucleares estratégicos e prevendo mecanismos de verificação mútua, como inspeções e trocas de dados. O acordo, considerado um dos últimos pilares do controle de armas nucleares entre as duas maiores potências atômicas do mundo, foi estendido até fevereiro de 2026, mas sua renovação futura permanece incerta.
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