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Ataque aéreo israelense no sul do Líbano deixa um morto e 11 feridos, incluindo estudantes

Bombardeio atinge carro e fere alunos em ônibus escolar; ofensiva ocorre após ataque a campo de refugiados palestinos

19/11/2025
Ataque aéreo israelense no sul do Líbano deixa um morto e 11 feridos, incluindo estudantes
- Foto: Reprodução

Um ataque aéreo israelense contra um carro no sul do Líbano, nesta quarta-feira (19), deixou uma pessoa morta e 11 feridas, entre elas estudantes que estavam em um ônibus escolar nas proximidades, segundo informou o Ministério da Saúde libanês e a mídia estatal.

O bombardeio ocorreu na aldeia de Tiri, poucas horas após um drone israelense atingir o campo de refugiados palestinos de Ein el-Hilweh, também no sul do Líbano, matando 13 pessoas e ferindo várias outras. O ataque da noite de terça-feira (18) foi o mais letal desde o cessar-fogo firmado há um ano entre Israel e o grupo Hezbollah.

De acordo com a agência estatal libanesa, o ônibus escolar passava próximo ao carro alvejado na manhã desta quarta-feira. O motorista e vários alunos ficaram feridos. A identidade da vítima fatal do carro não foi divulgada. Até o momento, as Forças Armadas de Israel não se pronunciaram sobre o caso.

No campo de Ein el-Hilweh, nos arredores da cidade portuária de Sidon, a rotina parecia normal nesta quarta, mas autoridades libanesas impediram a entrada de jornalistas.

Paramédicos vasculhavam a área do ataque em busca de restos mortais, próximos a um muro manchado de sangue. Vários veículos estavam queimados e havia estilhaços de vidro e destroços espalhados pelo chão.

Na noite de terça-feira, o Exército israelense afirmou ter atacado um centro de treinamento do grupo Hamas, alegando que o local era usado para preparar ofensivas contra Israel. As autoridades israelenses reforçaram que continuarão agindo contra o Hamas onde quer que o grupo opere.

O Hamas condenou o ataque e negou, em comunicado, que o campo de esportes atingido fosse um centro de treinamento da organização.

No início deste ano, facções palestinas nos 12 campos de refugiados do Líbano começaram a entregar suas armas ao Estado libanês. O governo do país afirmou que também pretende desarmar o Hezbollah, mas o grupo rejeita a proposta enquanto Israel continuar ocupando áreas na fronteira e realizando ataques quase diários.

Os Estados Unidos aumentaram recentemente a pressão para que o Líbano avance no desarmamento do Hezbollah, chegando a cancelar uma viagem do comandante do Exército libanês, general Rudolph Haikal, a Washington nesta semana.

Um alto oficial do Exército libanês afirmou à Associated Press que autoridades americanas se irritaram com uma declaração do Exército, feita no domingo (16), atribuindo a Israel a responsabilidade pela instabilidade no Líbano e pelo bloqueio ao destacamento militar no sul do país. O oficial falou sob anonimato, pois não estava autorizado a se manifestar publicamente.

A mais recente guerra entre Israel e Hezbollah teve início em 8 de outubro de 2023, um dia após o Hamas atacar o sul de Israel. O Hezbollah lançou foguetes em solidariedade ao Hamas, e, dois meses antes, Israel havia realizado um grande bombardeio ao Líbano, enfraquecendo o grupo e promovendo uma invasão terrestre.

Esse conflito, o mais recente de uma série envolvendo o Hezbollah nas últimas quatro décadas, deixou mais de 4 mil mortos no Líbano, incluindo centenas de civis, e causou prejuízo estimado em US$ 11 bilhões, segundo o Banco Mundial. Em Israel, 127 pessoas morreram, sendo 80 soldados. (Com informações da Associated Press)