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Tribunal argentino determina confisco de bens de Cristina Kirchner por corrupção

Ex-presidente, condenada por desvio de verbas públicas, teve propriedades, contas e empresas apreendidas; montante desviado pode chegar a US$ 500 milhões.

19/11/2025
Tribunal argentino determina confisco de bens de Cristina Kirchner por corrupção
Cristina Kirchner - Foto: Reprodução

O Judiciário da Argentina ordenou, nesta terça-feira (18), a apreensão de mais de 100 propriedades, contas bancárias, empresas e fazendas vinculadas à ex-presidente Cristina Kirchner e a outros oito condenados por corrupção em obras públicas durante o mandato da líder peronista. A estimativa das autoridades é que o valor desviado alcance US$ 500 milhões. Os bens já estavam congelados desde as condenações.

Kirchner cumpre prisão domiciliar em Buenos Aires desde junho deste ano, após o trânsito em julgado da sentença de seis anos por administração fraudulenta, proferida no fim de 2022. Ela também foi definitivamente proibida de exercer cargos públicos.

O caso que levou à condenação da ex-presidente e ex-vice envolve irregularidades em 51 licitações, segundo a Justiça argentina. Foram constatados desvios em contratos para construção de rodovias e estradas nacionais na província de Santa Cruz, entre 2003 e 2015, período que abrange as presidências de Néstor Kirchner, seu falecido marido, e da própria Cristina.

De acordo com o tribunal, houve um “esquema fraudulento extraordinário” que lesou os cofres públicos. O prejuízo foi inicialmente calculado em 85 bilhões de pesos (cerca de US$ 70 milhões à época), valor posteriormente atualizado por peritos do Supremo Tribunal de Justiça do país.

Entre os demais réus atingidos pela decisão estão Lázaro Báez, empresário próximo à família Kirchner e beneficiado por contratos de obras públicas, além de um ex-secretário do setor e ex-funcionários da autoridade rodoviária.

O tribunal permitiu que Kirchner e os outros oito réus definissem a divisão dos bens a serem confiscados, mas nenhum deles acatou a determinação e todos recorreram, sem sucesso, a instâncias superiores.

Cristina Kirchner, que se diz vítima de perseguição judicial promovida por setores conservadores para afastá-la da política, ainda não se manifestou sobre a nova decisão. (Com informações da Associated Press)