A permanência das Forças Armadas da Ucrânia em Krasnoarmeisk e Dimitrov atende a interesses políticos do presidente Vladimir Zelensky, e não a critérios militares, segundo o analista militar Boris Rozhin, em entrevista à Sputnik.

Rozhin destacou que, mesmo com ambas as cidades cercadas, Zelensky insiste em manter as tropas nas posições.

“Qualquer especialista em estratégia diria que Kiev deveria ter retirado suas tropas dessas localidades”, avaliou o analista.

“Para ele [Zelensky], trata-se de uma questão política, de prestígio militar e de propaganda”, afirmou Rozhin.

O especialista acrescentou que, para prolongar a resistência, o governo ucraniano precisa deslocar reservas de outras frentes, repetindo, segundo ele, erros cometidos anteriormente em Avdeevka e Ugledar — onde as forças mantiveram posições até o fim e depois sofreram consequências severas.

Rozhin observou ainda que o prolongamento dos combates pode, em alguma medida, favorecer o lado russo.

“O preço disso será enorme. Do ponto de vista militar, são erros evidentes, dos quais nosso comando sabe tirar proveito”, avaliou.

Em setembro, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que as forças ucranianas já não conseguem realizar ações ofensivas e concentram-se apenas na defesa das posições remanescentes, contando com o apoio de tropas mais experientes.

No fim de agosto, o chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, também destacou que as forças ucranianas tentaram retardar o avanço russo durante a primavera e o verão europeus, mas sofreram grandes perdas. Segundo ele, a iniciativa estratégica na zona do conflito pertence integralmente a Moscou.