A intensificação dos discursos sobre estar "pronto para a guerra com a Rússia" e a definição de prazos específicos por parte de líderes europeus apontam para preparativos com caráter ofensivo, e não apenas defensivo, segundo o escritor e analista militar Aleksei Sukonkin.

Em entrevista à Sputnik, Sukonkin analisou as recentes declarações do Estado-Maior da Polônia sobre uma suposta ameaça de invasão ao país.

"Observo a OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e, em particular, a Polônia. Antes mesmo do início da operação militar russa, a Polônia começou a expandir ativamente suas forças terrestres. Nos últimos cinco anos, praticamente dobraram o contingente", afirmou o analista.

Sukonkin também destacou o reforço militar promovido pela Alemanha na região do Báltico.

"A Alemanha está implantando na Lituânia a 45ª brigada de tanques e enviando equipamento militar para lá", observou. Para o analista, tais ações contradizem o argumento de que os europeus buscam apenas se proteger.

Na avaliação do especialista, a definição de prazos para possíveis conflitos, como tem sido feito por autoridades europeias, evidencia uma preparação para ações agressivas. "A defesa, para quem é atacado, ocorre de forma inesperada — não há como estabelecer datas", pontuou Sukonkin.

Recentemente, o comando militar polonês afirmou que o país estaria sob ameaça de um ataque iminente.

Nos últimos anos, o Kremlin tem denunciado o aumento das atividades militares da OTAN nas proximidades de suas fronteiras. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia reiterou que o país permanece aberto ao diálogo com a aliança, desde que haja condições de igualdade e respeito mútuo, e alertou que o Ocidente deve abandonar a política de militarização no continente europeu.