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Laudo aponta presença de ácido em água mineral após intoxicação em SP

Análise preliminar do Instituto de Criminalística indica ácido forte em garrafas da marca Mineratta; polícia investiga origem da contaminação em Garça

18/11/2025
Laudo aponta presença de ácido em água mineral após intoxicação em SP
- Foto: Reprodução / Agência Brasil

As investigações da Polícia Civil de São Paulo apontam indícios de que duas garrafas de água mineral contaminadas, recolhidas após a hospitalização de um homem no mês passado em Garça, no interior do Estado, continham ácido em sua composição.

O laudo preliminar do Instituto de Criminalística da Polícia Técnico-Científica, ao qual a reportagem teve acesso, informa que as duas garrafas analisadas, apreendidas em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Garça, apresentavam líquido de coloração levemente amarela, formação de bolhas ao serem agitadas e odor de substância ácida.

"Foi realizado teste de pH com uso de fitas teste, obtendo-se o mesmo valor de pH para ambas, entre 0 e 1, indicando que se trata de um ácido forte", diz trecho do laudo. O pH é um indicador da acidez de uma solução – quanto menor o índice, maior o nível de acidez.

Segundo a polícia, o resultado é preliminar e ainda depende de uma análise química complementar para determinar com exatidão a substância encontrada. Procurada pela reportagem, a empresa Mineratta, responsável pela produção da água, não respondeu até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.

Em outubro, um homem precisou ser atendido em uma unidade emergencial de Garça após ingerir água mineral da marca Mineratta em uma UPA. Ele foi medicado e recebeu alta. Na ocasião, o secretário de Saúde do município, Pedro Scartezini, afirmou que o produto estava contaminado e orientou a população a não consumir a água da marca até que o caso fosse esclarecido.

A reportagem também procurou a Prefeitura de Garça, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

Além da apreensão das duas garrafas suspeitas na UPA, outras 117 garrafas da Mineratta foram recolhidas de distribuidoras da cidade e da própria empresa para análise. Conforme a polícia, apenas os produtos que estavam na unidade de saúde apresentaram indícios de contaminação.

"As demais amostras do mesmo lote, coletadas em distribuidoras e na empresa, estavam íntegras e sem qualquer anormalidade, afastando indício de falha na produção", informou a Polícia Civil em nota.

Quando o caso veio à tona, a DBG - Distribuidora de Bebidas Garça, responsável pela distribuição da Mineratta, declarou que acompanha o caso de perto. "Reforçamos que a empresa envasadora responsável segue rigorosos padrões de controle de qualidade, cumprindo integralmente as normas e protocolos exigidos pela legislação vigente", destacou a distribuidora em comunicado.