Geral
COP30: Manifestações reforçam pressão sobre diplomatas em semana decisiva
Secretário-executivo do Observatório do Clima destaca importância da participação da sociedade civil e da volta de Lula para avanços em Belém
A Cúpula das Nações Unidas sobre o Clima (COP30) iniciou, nesta segunda-feira (17), sua última e decisiva semana em Belém, no Pará, marcada pela chegada de ministros de Estado e pelo retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para o secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, a expectativa é positiva para avanços em temas centrais do evento.
Em sua coluna semanal na Rádio Eldorado, Astrini, que costuma adotar uma postura mais cautelosa, afirmou enxergar chances reais de progresso, especialmente em relação ao financiamento climático e ao Mapa do Caminho — roteiro proposto por Lula para a transição energética. “Esta é uma semana decisiva, cada dia que passa é um dia a menos para chegarmos a um acordo”, afirmou. “Na primeira semana, os temas foram colocados na mesa e discutiu-se o que era possível avançar; agora, com a chegada dos ministros, as decisões serão tomadas.”
Segundo Astrini, nesta fase, os diplomatas começam a elaborar os rascunhos dos documentos finais, consolidando os pontos de consenso e mantendo o debate sobre questões ainda pendentes. Entre os principais temas em aberto estão o financiamento para adaptação às mudanças climáticas e à transição energética, especialmente por parte dos países desenvolvidos.
O secretário-executivo destacou ainda a relevância do retorno de Lula a Belém, reforçando a articulação em torno do Mapa do Caminho, que visa à eliminação dos combustíveis fósseis. “Sair daqui com o Mapa do Caminho pronto seria algo inédito, muito difícil”, avaliou. “Mas talvez consigamos um rascunho e a indicação de um grupo de cientistas para elaborar o roteiro. Pode parecer pouco, não avança na velocidade ideal, mas seria um salto importante e uma nova injeção de ânimo.”
Astrini também ressaltou o papel fundamental das manifestações da sociedade civil durante a COP30. “É fundamental que quem está negociando o clima compreenda que toda negociação aqui impacta diretamente a vida de quem está fora das salas de reunião, vivendo os extremos climáticos no Sul, no Pantanal, no semiárido”, pontuou. “O que não for decidido aqui terá grande impacto na vida das pessoas. Por isso, é essencial a mobilização popular, para lembrar os diplomatas do real motivo de estarem aqui.”
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