O ouro fechou em queda nesta segunda-feira, 17, influenciado pelo fortalecimento do dólar e pela diminuição das apostas de que o Federal Reserve (Fed) poderá cortar juros já em dezembro. O mercado ainda sente os reflexos do mais longo shutdown da história dos Estados Unidos, que comprometeu a divulgação de indicadores centrais e elevou a volatilidade.

Na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), o ouro para dezembro encerrou em baixa de 0,48%, cotado a US$ 4.074,5 por onça-troy.

O ambiente permanece instável após o término do maior shutdown americano, que deixou tanto o mercado quanto o Fed "no escuro" em relação a dados oficiais de emprego e inflação. Apesar da divulgação de números do setor privado, Aaron Hill, da FP Markets, destaca que um relatório de empregos fraco nesta semana — com possível contração de vagas no payroll de setembro, previsto para quinta-feira — "pode pressionar o dólar e aumentar as apostas em cortes".

Até o fechamento do ouro, a moeda americana seguia em alta, reduzindo a atratividade do metal para compradores internacionais.

A cautela em relação à política monetária ganhou força após declarações mais conservadoras de dirigentes do Fed. Segundo Soojin Kim, do MUFG, as autoridades do banco central americano estão "menos propensas" a se comprometer com cortes de juros diante do atraso nos indicadores provocado pelo shutdown, o que enfraqueceu as expectativas de uma política mais flexível. Conforme ferramenta do CME Group, a probabilidade de corte em dezembro caiu para cerca de 39,9%, ante 62,4% registrados há uma semana.

Para a Sucden Financial, o ouro tende a permanecer volátil: o encerramento do shutdown reduz a demanda imediata por proteção, mas o metal segue resiliente na faixa de US$ 4.050 a US$ 4.100, em meio à incerteza sobre os dados de outubro ainda não divulgados.

Com informações da Dow Jones Newswires.