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EUA usam suposta ameaça de fentanil como justificativa para ataques a navios venezuelanos, aponta imprensa

Memorando do Departamento de Justiça dos EUA classifica fentanil como potencial arma química, mas especialistas negam produção da droga na Venezuela. Operação militar já provoca críticas e questionamentos legais.

15/11/2025
EUA usam suposta ameaça de fentanil como justificativa para ataques a navios venezuelanos, aponta imprensa
Foto: © AP Photo / J Pat Carter

A administração do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilizou a ameaça do uso do fentanil como arma química para causar a legalidade de ataques a navios venezuelanos, segundo reportagem do jornal The Wall Street Journal.

O periódico destaca que especialistas da área afirmam não haver evidências de produção de fentanil na Venezuela.

"Um memorando classificado do Departamento de Justiça que autoriza ataques a barcos de tráfico de drogas descrito o fentanil como uma potencial ameaça de armas químicas, de acordo com um membro da Câmara e outra pessoa familiarizada com o documento", ressalta a publicação.

Apesar disso, a matéria explica que, normalmente, esse opioide é produzido no México e transportado por via terrestre, e não em embarcações, que foram alvo dos ataques norte-americanos nos últimos meses.

O artigo ressalta ainda que a menção ao fentanil é apenas um dos vários argumentos utilizados pelos EUA para explicar o uso da força militar.

A publicação destaca que a operação militar já recebeu fortes críticas de democratas e alguns republicanos desde o início dos ataques dos Estados Unidos contra navios venezuelanos, em setembro, devido a questionamentos sobre a legalidade da decisão da administração Trump.

Entre setembro e novembro, as Forças Armadas dos EUA foram empregadas diversas vezes para destruir embarcações próximas à costa da Venezuela, sob uma alegação de transporte de drogas.

Paralelamente, membros do Congresso norte-americano têm questionado a existência de bases legais para a realização dessas operações sem autorização dos legisladores.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, posicionou-se em 21 de outubro contra as ações dos EUA em relação à Venezuela, acusando Trump de tentar conquistar o país sob o pretexto de combater o tráfico de drogas.

Segundo Petro, os Estados Unidos têm interesse em controlar o petróleo venezuelano. Ele também acusou o governo norte-americano de “excesso de força”, já que, como resultado dos ataques aos barcos, 27 cidadãos de países da América Latina ficaram morridos. Para o presidente colombiano, essas ações violam o direito internacional.

Por Sputinik Brasil