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EUA reagem ao domínio chinês e disparam investimentos em minerais estratégicos, diz mídia

A corrida dos EUA para romper o domínio da China sobre minerais críticos impulsionou ações de empresas de terras raras a níveis recorde. Com apoio governamental, flexibilização ambiental e tensões geopolíticas, investidores apostam alto em um setor antes marginal, agora estratégico para defesa e tecnologia.
Investidores estão impulsionando empresas de terras raras a níveis recorde, motivados pela ofensiva do governo Trump para reduzir a dependência dos Estados Unidos em relação à China no fornecimento de minerais essenciais. O setor, antes marginalizado, agora vive uma onda de valorização e interesse estratégico.
A Casa Branca adotou medidas agressivas para fomentar a produção doméstica de terras raras, fundamentais para tecnologias como smartphones, veículos elétricos e sistemas de defesa. Segundo o Financial Times (FT), empresas como MP Materials, USA Rare Earth e Lynas viram suas ações mais que dobrarem em valor, refletindo o apoio governamental e o clima de urgência geopolítica.
O movimento também beneficia mineradoras de outros metais críticos, como lítio, cobalto e germânio. Recentemente, os EUA adquiriram participações em empresas canadenses como Lithium Americas e Trilogy Metals, cujas ações dispararam após os anúncios. O plano inclui a criação de uma reserva estratégica e um piso de preço para proteger o mercado da volatilidade.
Para acelerar a produção, o governo flexibilizou regras ambientais e agilizou licenças, promovendo a política "mine, baby, mine" (minere, meu bem, minere) — um trocadilho com a expressão usada por Trump em políticas energéticas para incentivar a exploração de petróleo. Com isso, a tensão com a China aumentou após novos controles de exportação impostos por Pequim, que agora exige aprovação para exportar ímãs com traços de terras raras e planeja ampliar sua lista de minerais controlados.
Com poucas empresas ocidentais disponíveis para investimento, o mercado se aqueceu rapidamente. Algumas companhias aproveitaram para captar recursos, como a Standard Lithium e a Critical Metals, que levantaram milhões para projetos estratégicos. A Perpetua Resources também arrecadou US$ 425 milhões (cerca de R$ 2,3 bilhões) para reativar uma mina em Idaho.
No entanto, especialistas alertaram o FT sobre os riscos especulativos. Gareth Hatch, da Strategic Materials Advisory, observa que empresas juniores têm se beneficiado de anúncios vagos, inflando seus valores sem fundamentos sólidos. Embora ainda não se caracterize como uma bolha, os investidores são aconselhados a agir com cautela.
O debate sobre subsídios também ganhou força dentro do setor. Guy de Selliers, da Defense Metals, criticou a ideia de preços mínimos artificiais, defendendo o acúmulo de estoques como forma mais segura de estabilizar o mercado, segundo a apuração. A intervenção direta do governo inclui aportes bilionários e participação acionária em empresas-chave, consolidando uma estratégia de segurança nacional para garantir o acesso a minerais críticos.
Por Sputinik Brasil
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