A Stellantis confirmou que a marca chinesa de carros elétricos e híbridos Leapmotor chegará ao Brasil em novembro de 2025, na próxima edição do Salão do Automóvel de São Paulo, evento mais tradicional do setor na América Latina e que não é realizado desde 2018.

A novidade é uma aposta do grupo dono de fabricantes como Fiat, Jeep, Chrysler e Peugeot para enfrentar o desembarque em massa de veículos elétricos da China no país, sobretudo da BYD, que vem chacoalhando o mercado brasileiro desde o ano passado, em um cenário de crescente apetite do consumidor por soluções de mobilidade verde.

"A Leapmotor chega para ficar e para liderar a revolução tecnológica no mercado brasileiro", garantiu Fernando Varela, vice-presidente da fabricante na América Latina, em um evento com jornalistas e fornecedores da Stellantis em São Paulo.

Os "abre-alas" da Leapmotor no Brasil serão o SUV médio B10 e o SUV grande C10, com destaque para a tecnologia Reev, inédita no país. Esse tipo de veículo "ultra-híbrido" é movido por uma bateria elétrica que, por sua vez, é recarregada pela energia gerada por um pequeno motor a gasolina, assegurando autonomia para a realização de grandes deslocamentos.

Além disso, a Stellantis se comprometeu a trabalhar o mais rápido possível para adaptar a solução também para o etanol caso seja uma demanda do mercado brasileiro.

"A Leapmotor tem o objetivo de inovar essas tecnologias eletrificadas, que estão crescendo de forma exponencial no mercado brasileiro, e quer ser uma parte grande dessa transição energética", ressaltou Varela ao ser questionado pela ANSA sobre o potencial da marca.

"A gente entende que vamos entrar em uma nova era com a chegada desse novo sistema Reev", reforçou Marcio Tonani, vice-presidente de engenharia de produto da Stellantis na América do Sul.

A rede de vendas inicial terá 36 lojas em todo o Brasil, sendo que cerca de um terço serão exclusivas da marca chinesa, e as outras, compartilhadas com as demais fabricantes do grupo. Mas a expectativa é a de incrementar a capilaridade na medida em que o portfólio da Leapmotor ganha corpo.

A fabricante foi fundada há apenas 10 anos e tem a Stellantis como acionista desde 2023, com 20% de participação, em um negócio que resultou na criação de uma joint venture (da qual a Stellantis detém 51%) para distribuição e produção fora da China.

Em 2025, já são mais de 400 mil unidades produzidas, um crescimento de 130% sobre 2024. No Brasil, a Leapmotor também contará com algo que suas concorrentes chinesas não têm: a estrutura e experiência acumuladas pela Stellantis em 50 anos no país, incluindo um centro de distribuição de peças instalado no polo automotivo de Betim, em Minas Gerais.

"As chinesas têm produtos bons, mas pecam na maturidade e no pós-venda. Com a Stellantis, entramos com um ecossistema robusto e preparado para o longo prazo", disse Erica Schwambach, vice-presidente de desenvolvimento de negócios do grupo para América do Sul.