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Brasil se torna maior exportador de soja para a China e desbanca EUA em meio à guerra comercial

Depois de suspender a compra de soja de produtos dos Estados Unidos entre junho e agosto, a China passou a dar preferência para outros mercados para suprir a demanda interna. E um dos maiores beneficiados foi o Brasil.
A guerra comercial entre Pequim e Washington fez do Brasil o maior fornecedor de soja para o mercado chinês, revelou nesta terça-feira (7) levantamento divulgado pela American Farm Bureau Federation (Federação Americana de Escritórios Agrícolas, em inglês), a principal entidade que representa os produtores norte-americanos.
Conforme os dados, de janeiro a agosto deste ano, a China comprou apenas 5,8 milhões de toneladas do produto dos EUA, número que representou 80% de queda na comparação com o mesmo período de 2024, quando foram exportados 26,5 milhões de toneladas. Além disso, desde junho o país asiático deixou de adquirir a soja norte-americana e não há expectativas de compras para 2026.
Já o Brasil registrou a exportação de mais de 77 milhões de toneladas para a China. Para além dos impactos da disputa comercial iniciada pelo governo Donald Trump contra o país, a entidade dos EUA pontua que a mudança é reflexo da diversificação de fornecedores iniciada pela China nos últimos anos, quando deixou de dar prioridade para Washington.
A situação gerou impacto em toda a cadeia agrícola dos EUA, que deve ver as exportações para a China caírem 30% neste ano. No próximo ano, a expectativa é que o volume seja o menor desde 2018.
Pior resultado do setor agrícola dos EUA desde 2021
A nova política tarifária e as políticas migratórias já provocam uma crise generalizada no setor agrícola dos Estados Unidos, que deve receber um pacote de ajuda do governo de US$ 14 bilhões (R$ 74,9 bilhões). De acordo com a CNN, dados indicam que as falências rurais atingiram o maior nível desde 2021, com destaque para a soja, símbolo da fragilidade econômica atual.
As políticas migratórias e comerciais de Trump contribuíram para o cenário adverso, especialmente com a deportação de trabalhadores imigrantes e o embate tarifário com a China. A soja, milho, trigo, sorgo e algodão estão entre as culturas mais afetadas. A secretária da Agricultura, Brooke Rollins, reconheceu os desafios e destacou, à mídia norte-americana, a urgência de medidas para apoiar os produtores.
Diante da pressão, a Casa Branca iniciou reuniões com os Departamentos de Agricultura e do Tesouro para elaborar um pacote de ajuda multibilionário. Duas opções estão em análise: usar parte da receita obtida com tarifas sobre importações ou recorrer ao Programa de Assistência Emergencial a Commodities (ECAP, na sigla em inglês), já utilizado anteriormente para apoiar produtores com pagamentos diretos.
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