Embora não seja tão abordada de forma geral, a Índia representa uma parcela importante do comércio brasileiro. O país asiático foi o sexto que mais exportou produtos para o Brasil em 2025, o que significa que uma parte relevante dos produtos daquela nação circulam no mercado brasileiro.

Mesmo no ano passado, a Índia garantiu o posto de sexta maior exportadora para o Brasil. Em 2024, Brasília importou US$ 6,8 bilhões (R$ 36,28 bilhões) de Nova Deli. Nos nove primeiros meses de 2025, o valor quase se iguala, chegando a US$ 6 bilhões (aproximadamente R$ 32 bilhões), segundo a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).

Apesar da balança comercial entre os países durante o período ser negativa, a distância vem diminuindo. Também em 2024, a Índia foi apenas o 13º destino das exportações brasileiras, em negociações que totalizaram US$ 5,3 bilhões (R$ 28,27 bilhões). Já entre janeiro e setembro de 2025 o valor exportado é de US$ 4,4 bilhões (R$ 23,47 bilhões), representando um aumento de 27,5% se comparada às exportações os mesmos nove meses do ano anterior.

Nos últimos dez anos, o ápice do comércio entre os países aconteceu em 2022. Foram US$ 6,3 bilhões (R$ 33,6 bilhões) em exportações do Brasil para a Índia, ao passo que Brasília importou US$ 8,9 bilhões (R$ 47,48 bilhões) de Nova Deli.

Afinal, quais os principais produtos indianos incorporados pelo mercado brasileiro?

De acordo com a SECEX, até setembro de 2025, compostos organo-inôrganicos; compostos heterocíclicos; ácidos nucleicos e seu sais, e sulfonamidas foram as principais importações brasileiras da Índia.

Estes insumos tem aplicabilidade principalmente na medicina, como na produção de medicamentos. Ao todo foram US$ 1,2 bilhão (R$ 6,4 bilhões) gastos no setor.

Organo-inôrganicos e compostos heterocíclicos também podem utilizados para defensivos agrícolas e corantes. Ao todo, estes elementos representam 19,6% das importações brasileiras no período.

Estes prudutos, com exceção de óleos brutos, representam a segunda maior parcela de importações brasileiras da Índia. Dentre eles estão petróleo refinado e também minerais derivados do petróleo, como o caso da areia betuminosa.

No total, este setor corresponde a 9,3% das exportações de Nova Deli para Brasília em 2025. O valor avaliado da área é de US$ 560,4 (R$2,99 bilhões).

Além da importação de insumos médicos como já destacados anteriormente, outros medicamentos, inclusive veterinários, completam os três setores de maior importação brasileira da Índia em 2025, segundo a SECEX.

Estes, dizem respeito a 7% das exportações de Nova Deli para Brasília, totalizando US$ 100,3 milhões (cerca de R$ 535 milhões).

Outros defensivos agrícolas, junto a partes e acessórios de veículos também entram nessa categoria, numa pauta basicamente coberta por produtos vinculados à indústria de transformação.

Veja agora os principais produtos que o Brasil destina à Índia:

Enquanto o Brasil compra o produto refinado dos indianos, o país exporta os óleos e minerais betuminosos ainda na forma bruta. Essa negociação representa 25,7% da exportações brasileiras ao país asiático. Financeiramente, a operação está avaliada em US$ 1,1 bilhão (R$ 5,8 bilhões).

O segundo setor de exportações de Brasília para Nova Deli é o de gorduras e óleos vegetais. Em 2025, as negociações neste seara significam 19% das vendas brasileiras, representando um total de US$ 839,7 (cerca de R$ 4,4 bilhões).

Embora sejam produtos do universo alimentar, assim como também podem ser gorduras e óleos vegetais, ambos entram na cota vinculada à indústria de transformação, uma vez que são produtos que passam por processos industriais.

Os açúcares e melaços são, portanto, a terceira maior exportação brasileira até aqui, em 2025, para Índia. O setor representa 16,9% das vendas para Nova Deli, estimadas em US$ 749,3 (R$ 3,9 bilhões).