Geral
Coliseu reabre passagem de imperador vilão em 'O Gladiador'
História de Cômodo ficou famoso no longa de Ridley Scott

O´Coliseu de Roma, um dos principais pontos turísticos da Itália, abriu ao público pela primeira vez nesta terça-feira (7), após uma meticulosa restauração, a passagem subterrânea secreta do Imperador Cômodo, que inspirou milênios depois o vilão sangrento do filme "O Gladiador" (2000).
A "Passagem de Cômodo", nome dado ao corredor por onde os imperadores romanos tinham acesso invisível ao camarote imperial no Coliseu, foi construído entre os séculos I e II d.C., após a inauguração do próprio Anfiteatro Flaviano.
A atribuição do local ao imperador Cômodo, que reinou entre 180 e 192 d.C. e era conhecido por sua crueldade e paixão por combates de arena, se deve ao fato de ele ter sido atacado por um conspirador dentro de suas muralhas, segundo um comunicado do Parque do Coliseu, citando fontes como o historiador romano Dião Cássio.
Cômodo pode não ter assassinado seu pai, Marco Aurélio, como mostrado no filme, mas foi, segundo Tácito, assassinado por seu gladiador e escravo pessoal, Narciso, após cair no desgosto da maior parte de Roma.
A abertura deste espaço, para uso exclusivo dos imperadores, representa um "grande sucesso" para o monumento, celebrou a diretora do sítio arqueológico, Alfonsina Russo.
As obras de reparo restauraram completamente as superfícies antigas: paredes revestidas de mármore, onde ainda se podem ver vestígios dos grampos metálicos que sustentavam as lajes, posteriormente substituídos por gesso pintado com paisagens.
A galeria subterrânea é composta por três seções, a última com claraboias para iluminação e ventilação, e foi decorada com luxuosos revestimentos de estuque e mármore.
As decorações na abóbada, com cenas mitológicas do mito de Dionísio e Ariadne, e nos nichos na entrada da rota, representando cenas dos espetáculos da arena, também são destaque.
Algumas delas foram até reconstruídas porque, apesar do mau estado de conservação, ainda eram possíveis de interpretar e podem ser visualizadas digitalmente, baixando um código QR durante a visita.
Além disso, foi instalada uma nova iluminação e uma rampa metálica para facilitar a navegação dos visitantes, que podem entrar no local em grupos de, no máximo, oito pessoas.
Com financiamento do Parque Arqueológico do Coliseu, foram restauradas "todas as abóbadas, inclusive uma parte recriando o jogo de luz" que reflete o claro-escuro criado pelas saídas de ar que iluminavam e ventilavam o corredor.
"Restauramos a parte interna do monumento, depois o corredor subterrâneo continuou do lado de fora, mas ninguém sabe para onde ele levava. Existem várias hipóteses", explicou.
Segundo Russo, a primeira hipótese é que o corredor levava aos palácios imperiais, o que significa que o imperador e a família imperial entravam no monumento a partir dos palácios imperiais, sem serem vistos pelo público.
A outra é que levava ao ludus magnus, o campo de treinamento e ginásios dos gladiadores. Cerca de trinta metros da passagem já foram abertos, mas um segundo projeto de restauração está previsto para começar no início do novo ano, envolvendo a seção do túnel que se estende além do perímetro do Coliseu.
O corredor secreto foi descoberto e escavado em 1810 e sabe-se que foi construído entre os últimos anos do reinado de Domiciano (81-96 d.C.) e Trajano (98-117 d.C.).
No entanto, acabou recebendo o nome em homenagem ao imperador odiado pelo povo romano. A história entrou na cultura popular graças à interpretação de Joaquin Phoenix no aclamado filme de Ridley Scott.
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