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Mídia: EUA apoiam entrada do Japão no AUKUS para fortalecer defesa no Indo-Pacífico

20/09/2025
Mídia: EUA apoiam entrada do Japão no AUKUS para fortalecer defesa no Indo-Pacífico
Foto: © AP Photo / Denis Poroy

Os EUA apoiam a entrada do Japão no pacto de segurança AUKUS, formado com Reino Unido e Austrália, para fortalecer a cooperação militar no Indo-Pacífico. Tóquio demonstrou interesse em projetos avançados como IA, guerra eletrônica e armas hipersônicas, ampliando o alcance estratégico da aliança.

Os Estados Unidos demonstraram apoio à entrada do Japão no pacto de segurança AUKUS — formado por EUA, Reino Unido e Austrália — com o objetivo de fortalecer a cooperação militar no Indo-Pacífico. Analistas consideram a adesão japonesa uma evolução natural, dada sua tecnologia de defesa avançada e alinhamento estratégico com os membros atuais da aliança.

Segundo um relatório não publicado do Departamento de Estado dos EUA, o Japão manifestou interesse em colaborar com projetos do Pilar Dois do AUKUS, que envolvem áreas como inteligência artificial (IA), guerra eletrônica, capacidades cibernéticas e tecnologias hipersônicas. O Pilar Um, por sua vez, foca na aquisição de submarinos nucleares pela Austrália, com entregas previstas para 2032.

De acordo com o South China Morning Post (SCMP), especialistas como Robert R. Eldridge destacam que a entrada do Japão traria vantagens como interoperabilidade de sistemas, redução de custos de desenvolvimento e potencial comercialização de novas tecnologias. Ele também ressalta que nenhum país pode dominar sozinho todas as áreas de defesa, tornando a colaboração essencial.

A AUKUS surgiu sob o argumento da crescente presença marítima da China no Indo-Pacífico, o que gerou críticas de Pequim, que acusou a aliança de promover uma "mentalidade de Guerra Fria". A expectativa é que, enquanto o Pilar Um se desenvolve lentamente, os projetos do Pilar Dois avancem com maior agilidade.

O Japão é visto como parceiro ideal por sua estabilidade política, economia sólida e infraestrutura militar avançada. James Brown, da Temple University, concorda com essa visão, mas aponta preocupações ao SCMP sobre o compartilhamento de tecnologias sensíveis por parte dos EUA, especialmente em relação aos submarinos de última geração.

Brown também observa que os EUA poderiam se beneficiar da expertise japonesa em áreas onde enfrentam dificuldades, como armas hipersônicas. Ainda segundo a mídia, a possível entrada do Japão no AUKUS não deve ser vista como substituição ao Quad, grupo que inclui Índia, Japão, EUA e Austrália, mas sim como uma complementação estratégica.

O compromisso da Índia com o Quad tem sido questionado devido à sua aproximação com Rússia e China. O primeiro-ministro Narendra Modi participou recentemente de eventos da Organização para Cooperação de Xangai (OCX) e tem resistido à pressão ocidental para cortar laços comerciais com Moscou.

Apesar disso, Eldridge acredita que Modi está apenas mantendo suas opções abertas e que a Índia tomará decisões responsáveis em caso de crises graves. Ele destaca que a ausência de Modi em eventos militares chineses recentes é um sinal de equilíbrio diplomático, e não de alinhamento automático com potências rivais.


Por Sputinik Brasil